Há um novo Bioblitz para descobrir animais e plantas, em Serralves

Vão todos andar à descoberta de animais e plantas, miúdos e graúdos, com a ajuda de investigadores. Mas esperam-se também vários jogos e actividades educativas, tudo gratuito. É assim a quarta edição do Bioblitz Serralves, que para as famílias acontece já este fim-de-semana.

 

Sapos, rãs, salamandras, tritões, melros e escaravelhos. No próximo fim-de-semana, quem for ao Parque de Serralves, no Porto, vai ter ajuda para procurar estes e muitos outros animais e plantas. Insectos, líquenes e cogumelos também vão estar incluídos.

 

 

O quarto Bioblitz, sob o tema “À Descoberta da Biodiversidade em Serralves”, já começou esta semana para alunos e professores de escolas, num total de mais de 15.000 inscritos para as actividades, adianta Carina Bastos, da Fundação de Serralves.

Entre sábado e domingo será a vez do público em geral, de quem se espera “uma boa adesão”, uma vez que está previsto sol e bom tempo.

“Ao contrário de uma inventariação científica, que é limitada a biólogos e cientistas, o Bioblitz é aberto a todos. É uma oportunidade única de contribuir para aumentar a lista de espécies identificadas, trabalhar lado a lado com os investigadores e conhecer melhor a fauna e flora de Serralves”, explica uma nota da Fundação.

Pelo parque, vão estar espalhadas seis estações de inventariação, cada uma dedicada a um grupo biológico: Aves, Anfíbios e Répteis, Micromamíferos e Morcegos, Insectos, Plantas (árvores e arbustos e briófitas) e ainda Cogumelos.

 

 

De manhã à noite, tanto sábado como domingo, estão previstas várias saídas de campo – as primeiras começam às 08h00, à procura das aves, e as últimas têm início marcado para as 23h00, uma boa hora para ir em busca de morcegos. Tudo isto na companhia de investigadores do CIBIO-InBIO, laboratório ligado à Universidade do Porto.

Quem preferir terá ainda acesso a kits de monitorização de espécies, que ajudam a fazer identificações de forma autónoma. No final, é possível inventariar e registar os novos dados na plataforma online “Biodiversidade e Ambiente”, de Serralves.

 

 

Durante os dois dias, estão programadas também algumas oficinas educativas e jogos sobre biodiversidade, para os mais novos, tal como um BioQuiz – “um jogo desafiante de perguntas sobre biodiversidade”, descreve a nota da Fundação.

No Bioblitz de 2016, realizaram-se 684 registos de 125 espécies – destas, 21 eram novas para o Parque de Serralves, incluindo insectos, cogumelos e briófitas (plantas sem vasos condutores, como os musgos).

 

 

“As espécies com maior número de registos foram o sapo-parteiro-comum, a rã-verde, a salamandra-de-pintas-amarelas, o tritão-de-ventre-laranja, o melro, o musaranho-de-dentes-brancos-grande e o escaravelho-do-alecrim”, recorda Carina Bastos.

E não se pense que os resultados do Bioblitz servem apenas para comparação com anos anteriores. No caso das aves, por exemplo, os dados recolhidos seguem para a plataforma nacional de registo destas espécies. Já as saídas de campo dos micro-mamíferos englobam-se na monitorização anual das populações presentes no Parque.

 

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Saiba mais.

Conheça aqui o programa do Bioblitz 2017, incluindo as saídas de campo e os jogos e actividades educativas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.