Museu de Madrid inaugura exposição sobre oceanos para “despertar consciências”

Um tubarão-branco com mais de seis metros de comprimento é uma das estrelas da nova exposição “Oceanos: a exposição. O último território selvagem”, inaugurada no sábado passado no Museu espanhol de Ciências Naturais, em Madrid, para “despertar consciências”.

 

É como se o visitante caminhasse no fundo marinho, à procura das riquezas do oceano. O desejo dos organizadores da nova exposição naturalista, que ocupa mil metros quadrados, é que no final seja mais óbvia a importância da preservação dos mares do planeta.

A exposição, patente até Novembro, inclui réplicas de animais marinhos à escala real, como o tubarão-branco (Carcharodon carcharias) de 6,5 metros, imagens 3D de espécies e paisagens marinhas e dispositivos interactivos com informação sobre o oceano. O visitante pode ainda assistir a uma projecção num ecrã curvo gigante que produz um efeito imersivo ao contemplar a grandiosidade da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae).

 

 

“Esta exposição é, antes de mais, uma experiência na qual o visitante, depois de uma viagem fascinante, sai transformado, descobre a beleza e a riqueza do oceano e toma consciência da necessidade de conservá-lo”, comentou Óscar Vega, comissário da exposição, em comunicado.

Integradas na exposição estão também painéis e vídeos sobre algumas das investigações marinhas desenvolvidas por cientistas do Conselho espanhol Superior de Investigações Científicas (CSIC), organismo a quem pertence o museu. “Os oceanos representam uma das fronteiras do conhecimento científico do nosso planeta e a Humanidade deve tomar consciência da importância de conservá-los para a sua própria sobrevivência”, comentou Santiago Merino, director do Museu.

 

 

A exposição tem o suporte audiovisual do documentário Oceans, um filme de 2010 realizado por Oscar Jacques Perrin e por Jacques Cluzaud, e visto por 12 milhões de pessoas em 40 países, incluindo Portugal. Para fazer este documentário foram precisos sete anos de trabalho e 75 expedições, nas quais participaram mais de 500 pessoas. Daqui resultaram 480 horas de material, incluindo imagens de mais de 200 espécies marinhas dos cinco continentes.

 

 

O Museu salienta que esta exposição, cujo propósito final é despertar consciências, “é pioneira pela sua ligação ao cinema”, já que “recupera imagens nunca antes vistas, adaptando-as ao formato narrativo de uma exposição”.

Paralelamente à exposição, o museu preparou uma série de actividades para crianças – incluindo esculturas em areia, puzzles ou desenhos sobre o mar, visitas guiadas e workshops.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.