Foto: Wiki Commons
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O que procurar na Primavera: 10 espécies de aves

De 14 a 29 de Maio, os portugueses, de Norte a Sul do país estão convidados a passear na natureza e a identificar e registar as espécies que encontrarem. É mais uma edição do Pé n’A Terra, iniciativa da  associação Biodiversity4All que quer aumentar o conhecimento do mundo natural do nosso país. Até ao final da semana vamos dar-lhe listas dos animais e plantas que é mais provável encontrar.

 

O Pé n’A Terra, que surgiu em 2011, pretende ser um acontecimento nacional de registo de biodiversidade. O desafio é sair de casa, observar e identificar as espécies que encontrar e introduzir os seus registos no site da Biodiversity4All para poderem ser validadas por especialistas e estarem disponíveis a todos.

Até agora neste site estão registadas 6.693 espécies que ocorrem em Portugal. Só este mês já foram introduzidas 4.399 observações e oito espécies novas. Mas é preciso mais. E é aqui que entra o Pé n’A Terra.

Para os que estão a pensar participar mas ainda não estão totalmente convencidos, durante esta semana vamos publicar uma lista por dia com as espécies mais prováveis de encontrar, sugeridas por Inês Teixeira do Rosário, bióloga ligada à Biodiversity4All.

Começamos por lhe sugerir uma lista das 10 espécies de aves que ocorrem em Portugal e que poderá encontrar tanto no campo como na cidade.

 

  1. Pardal-de-telhado (Passer domesticus)
Foto: Adam / Wiki Commons
Foto: Adam / Wiki Commons

Esta ave é provavelmente a mais fácil de identificar por todos os portugueses. O pardal-de-telhado é uma ave que se avista facilmente no campo e na cidade. Os machos têm um ‘babete’ preto, da mesma cor que a zona dos olhos.

 

  1. Pato-real (Anas platyrhynchos)
Foto: Atamari / Wiki Commons

Residente em Portugal, é comum encontrar este pato nos lagos dos jardins das cidades. São grandes e robustos, medindo cerca de 50 a 60 cm de comprimento. Fazem o ninho em lugares variados, como buracos de árvores, debaixo de arbustos, ninhos artificiais e mesmo em edifícios.

 

  1. Rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros)
Foto: Yoky / Wiki Commons
Foto: Yoky / Wiki Commons

O rabirruivo-preto, também conhecido por carvoeiro, faz-se notar pela cauda cor de fogo que gosta de fazer “vibrar”, e que contrasta com a restante plumagem mais escura. Muito semelhante ao rabirruivo-de-testa-branca, esta pequena ave insectívora é tímida e nervosa, mas relativamente comum no Norte e Centro. A sul do Tejo, é mais fácil de encontrar durante o Inverno. Faz o ninho em nichos e buracos de edifícios.

 

  1. Alvéola-branca (Motacilla alba)
Foto: Wiki Commons
Foto: Matthias Barby / Wiki Commons

É fácil identificar esta pequena ave (entre 16,5 cm e 19 cm) pela cauda comprida e estreita, de cor preta e branca, que a alvéola-branca gosta de abanar constantemente enquanto passeia pelo solo. Em Portugal, é comum tanto nas cidades como no campo, mas mais habitual na região Norte.

 

  1. Andorinha-dos-beirais (Delichon urbicum)
Foto: Wiki Commons
Foto: Wiki Commons

É uma das primeiras aves a anunciar a Primavera, pois começa a chegar ao território português em Fevereiro, vinda de África, para onde regressa a partir do final do Verão. Esta andorinha está presente em todo o território e é das mais fáceis de reconhecer, uma vez que as penas superiores, pretas, contrastam com a parte inferior do corpo, que é esbranquiçada. Tal como o nome indica, gosta de fazer o seu ninho de lama nos beirais dos telhados das habitações.

 

  1. Gralha-preta (Corvus corone)
Foto: Adam Kumiszcza / Wiki Commons
Foto: Adam Kumiszcza / Wiki Commons

Espécie residente, mas menos comum no Alentejo e Algarve, a gralha-preta distingue-se do corvo por ser mais pequena e ter as asas mais largas e curtas. É também menos tímida do que este e é fácil encontrá-la em pequenos bandos, menos em zonas urbanizadas. Barulhenta e rouca, o chamamento mais comum é um “kraah kraah kraah”, repetido três ou quatro vezes.

 

  1. Melro-preto (Turdus merula)
Foto: Andreas Eichler / Wiki Commons
Foto: Andreas Eichler / Wiki Commons

Esta ave preta e de bico laranja (no caso dos machos) é comum em Portugal, durante todo o ano, onde se pode avistar de Norte a Sul do país, a saltitar nos relvados à caça de minhocas. Na Primavera, emite um canto límpido e melodioso e avista-se facilmente, empoleirado em telhados e varandas.

 

  1. Rola-turca (Streptopelia decaocto)
Foto: Wiki Commons

A rola-turca é fácil de distinguir da rola-brava pelo colar preto orlado a branco, facilmente visível, que lhe ornamenta metade do pescoço. Está presente em todo o país, menos a grandes altitudes, e é fácil de avistar, em especial nas povoações mais pequenas.

 

  1. Águia-d’asa-redonda (Buteo buteo)
Foto: Mark Medcalf / Wiki Commons
Foto: Mark Medcalf / Wiki Commons

É uma das aves de rapina mais comuns em Portugal e no resto da Europa. De dimensão média, costuma planar em círculos, com a cauda afastada em forma de leque, ou então é fácil avistá-la pousada à procura de presas, em postes telefónicos e em cercas à beira das estradas. Reconhece-se pela marca mais clara, em forma de meia-lua, que apresenta na zona do peito.

 

  1. Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacracorax carbo)
Foto: Sławek Staszczuk / Wiki Commons
Foto: Sławek Staszczuk / Wiki Commons

Esta ave aquática nidifica em falésias ao longo da orla marítima ou em lagos e canaviais. Em Portugal, está presente sobretudo durante o Inverno, habitualmente em zonas húmidas, incluindo em estuários de rios, nas cidades. Tem uma grande dimensão e pescoço comprido e grosso, com bico forte. Gosta de se concentrar em grandes bandos.

 

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Até ao final da semana, a Wilder dá-lhe a conhecer animais e plantas que vai gostar de procurar e identificar durante a iniciativa Pé n’A Terra, quer participe numa das várias acções organizadas (que pode encontrar aqui) ou se preferir partir com família e amigos à aventura.

No final, poderá registar as diferentes espécies identificadas no site da Biodiversity4All.

E se quiser saber mais sobre estas e outras aves, pode encontrar informação, por exemplo, no portal Aves de Portugal.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.