Três aquários portugueses juntam-se a campanha mundial contra lixo marinho

O Oceanário de Lisboa, o Aquário Vasco da Gama (Lisboa) e o Aquário de Porto Pim, na ilha do Faial (Açores), juntaram-se à campanha mundial “World Aquarius against marine litter” (Aquários do Mundo Contra o Lixo Marinho). Até Outubro vão mostrar-lhe como a poluição está a afectar os oceanos.

 

Esta campanha mundial é promovida pela Comissão Europeia, no âmbito da campanha das Nações Unidas #CleanSeas, e junta 86 aquários de 31 países, como Portugal, Reino Unido, Espanha, França, Estados Unidos, Rússia, África do Sul, Grécia e Japão. O objectivo é alertar para o problema do lixo marinho e preparar a 4ª conferência internacional sobre o oceano, “Our Ocean”, a realizar em Malta entre 5 e 6 Outubro.

Estes aquários vão encher uma das suas exposições com plásticos para mostrar a realidade global do lixo marinho, explica a organização da campanha.

A campanha foi lançada a 27 de Julho por Karmenu Vella, Comissário Europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, no Museu Oceanográfico do Mónaco. “Os aquários são uma janela para o oceano. Esta campanha sobre lixo marinho é urgente e bem-vinda. Este Verão, milhões de pessoas em todo o mundo irão visitar um aquário. Para promover a mudança, temos de mostrar a realidade da poluição por plástico”, explicou o comissário europeu.

Por exemplo, o Oceanário de Lisboa preparou duas instalações feitas com garrafas de plástico que representam um cachalote e uma medusa. As esculturas, da autoria de Daiena Dâmaso e Sebastião Lobo, são feitas com 4.765 garrafas de água de plástico, recolhidas por atletas do Ginásio Clube Português, no âmbito da Gala “A Mar”.

Os aquários “têm um papel fundamental na educação e sensibilização de milhões de visitantes, constituindo um canal ímpar para comunicar temas que afetam o meio marinho, mobilizando para a alteração de comportamentos”, disse Patrícia Filipe, directora de Comunicação do Oceanário de Lisboa, em comunicado.

Todos os anos, 10 milhões de toneladas de lixo acabam no mar, o equivalente a um camião do lixo por minuto e a 400 quilogramas por segundo. Anualmente, milhões de animais marinhos morrem por causa do lixo, incluindo aves, focas, baleias, golfinhos e tartarugas. Em algumas áreas, há seis vezes mais microplásticos que plâncton, e as perspetivas de futuro são sombrias: em 2050, poderá haver mais plástico que peixe no oceano e 99% das aves marinhas poderão já ter ingerido plástico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.