Foto: Björn S./Wiki Commons

A Borboleta do Ano 2017 em Espanha chama-se Apolo

Chama-se borboleta apolo (Parnassius apollo) e arrecadou mais de 50% dos votos numa eleição online aberta a todos os interessados, que contou com 700 participantes.

 

A eleição da Borboleta do Ano é organizada pela associação espanhola Zerynthia, que se dedica à conservação de borboletas diurnas e nocturnas em território espanhol.

O objectivo é eleger todos os anos uma entre as várias borboletas mais ameaçadas em Espanha, de forma a que a associação concentre “uma parte dos esforços na divulgação, estudo e protecção” dessa espécie.

Para 2017, a apolo foi a espécie escolhida, entre um total de quatro que foram a votos.

“A votação foi clara, dado o facto de se tratar de uma borboleta ameaçada por vários factores, entre os quais se destacam as alterações climáticas”, nota a associação espanhola.

Em Espanha, a borboleta apolo ocorre na parte elevada dos principais sistemas montanhosos, até 2.000 metros acima do nível do mar, e está ligada a climas alpinos ou com características semelhantes. Mede entre 7 e 8,4 centímetros.

 

Foto: Richtibucto/Wiki Commons

 

“Trata-se de uma espécie que até recentemente sofreu um excesso de recolhas, motivo que levou ao seu desaparecimento de alguns pontos da Europa e provavelmente de Espanha”, indica a associação.

Por outro lado, também as alterações climáticas e a construção de algumas infraestruturas que alteram o habitat desta espécie, como estâncias de esqui, podem estar a contribuir para as perdas de população nos dias de hoje.

Em questão está o desaparecimento da borboleta apolo na serra de Gádor (zona de Almeria, na Andaluzia) e de várias localidades no Sul do País Basco, que aconteceu nas últimas décadas, nota a Zerynthia.

Durante os próximos meses, a associação quer dar a conhecer esta espécie, com a realização de saídas de campo nos locais onde ocorre, em Espanha, como é o caso dos Pirinéus, Serra Nevada e Picos da Europa.

Em Portugal, não há registos desta borboleta, que se pode encontrar em vários países da Europa e da Ásia, como a Áustria, Alemanha, França e Itália.

Esta foi a segunda votação organizada pela associação Zerynthia, depois da eleição da borboleta isabelina (Actias isabelae) como Borboleta do Ano 2016.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.