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Foto: Joana Bourgard

Al Gore e alterações climáticas marcam presença no Doclisboa

Nesta quinta-feira, dia 26 de Outubro, o Grande Auditório da Culturgest recebe o documentário “An Inconvenient Sequel – Truth to Power” por Al Gore, no âmbito do Doclisboa — Festival internacional de cinema documental.

 

Amanhã, às 18h00, Portugal junta-se aos países onde vai estrear o último filme de Al Gore, “num momento em que é cada vez mais premente olhar de frente o problema do aquecimento global e tomar medidas efectivas”, escreve a ZERO — Associação Sistema Terrestre Sustentável, em comunicado.

Em 2006, “Uma verdade inconveniente”, de Davis Guggenheim, foi uma chamada de atenção para a realidade das alterações climáticas, pela mão de Al Gore. Agora, 11 anos depois, a sequela (pelos realizadores Bonni Cohen e John Shenk) é uma constatação de que a crise climática se intensificou. Mas não só. Mostra quão perto estamos de uma verdadeira revolução energética.

Esta estreia acontece semanas antes de uma Conferência das Partes (COP) da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em Bona de 6 a 17 de Novembro. Ali serão discutidas as regras do Acordo de Paris e a necessidade de maior ambição nas reduções de emissões de gases de efeito de estufa.

Para a ZERO, “as consequências das alterações climáticas são cada vez mais visíveis”. “Em Portugal, a seca intensa e os incêndios florestais de grandes dimensões são também expressão de um clima em mudança e cujos prejuízos são cada vez mais vastos e afetam principalmente as populações mais vulneráveis.”

Porém, salienta, “as soluções estão a ser implementadas com uma expressão cada vez maior, sendo também Portugal um exemplo citado por Al Gore no filme, no que se refere às energias renováveis”.

Na sessão estão previstas intervenções de Al Gore (intervenção pré-gravada), do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor e do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes.

Haverá ainda um breve debate com Francisco Ferreira da ZERO (moderação), Júlia Seixas (Climate-KIC | CENSE, Universidade Nova de Lisboa), Sónia Balacó (atriz e ativista ambiental), João Camargo (Climáximo) e Sérgio Ribeiro (Startup Planetiers).

Estarão presentes outros membros do Governo, deputados da Assembleia da República, dirigentes de organismos públicos, de associações cívicas e empresariais na área do ambiente, bem como diversos líderes religiosos.

A estreia deste documentária é organizada pelo The Climate Reality Project Portugal, pela ZERO e pelo Doclisboa (a decorrer de 19 a 29 de Outubro).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.