paisagem do douro internacional
Parque Natural do Douro Internacional. Foto: João Malho/Wiki Commons

Anunciados 900 mil euros para Parque Natural do Douro Internacional

O Parque Natural do Douro Internacional, área protegida com cerca de 87.000 hectares, vai receber 900.000 euros para a prevenção de incêndios e recuperação da área ardida este ano, foi ontem anunciado.

 

O financiamento será investido na “prevenção estrutural e vigilância, restauro e conservação de habitats prioritários, tais como os azinhais e zimbrais”, disse ontem Célia Ramos, secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, à agência Lusa.

Entre as medidas previstas para este parque natural, um dos 13 que integram a Rede Nacional de Áreas Protegidas, está a contratação de um grupo de cinco sapadores florestais. Estes terão como missão a vigilância e primeira intervenção na área do Parque para evitar danos nos ecossistemas, como os deixados pelo incêndio de Julho que deflagrou em Picote, em Miranda do Douro.

Segundo dados oficiais, em 2017 foram registadas nesta área protegida 15 ignições, que afetaram uma área estimada de 400 hectares.

A construção de uma rede de alimentadores principalmente destinados às aves necrófagas e campanhas de sensibilização para boas práticas silvopastoris serão outras das prioridades, acrescentou Célia Ramos, em Mogadouro.

“Este projeto surge na sequência dos incêndios do Verão passado, que deixaram marcas na área do parque natural”, explicou. Com este projecto pretende-se “salvaguardar o valor excecional das áreas protegidas situadas em território nacional através de um plano de proximidade que envolva os municípios e as populações”.

O Parque Nacional do Douro Internacional, criado em 1998, inclui os troços fronteiriços do rio Douro e Águeda, bem como as superfícies planálticas confinantes pertencentes a Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta (Bragança) e Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda), e que se estende ao longo de mais de 120 quilómetros.

Ali ocorrem espécies protegidas e ameaçadas como o lobo-ibérico (Canis lupus signatus), o milhafre-real (Milvus milvus), o abutre-do-egito (Neophron percnopterus), a águia-real (Aquila chrysaetos), a águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus), a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) ou a cegonha-preta (Ciconia nigra).

 

[divider type=”thick”]Saiba mais sobre o parque natural aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.