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Ribeira. Foto: Helena Geraldes (arquivo)

As 10 Reservas da Biosfera de Portugal passam a trabalhar juntas

São 10 os sítios em Portugal que a Unesco reconhece como tesouros de natureza para a Humanidade. Hoje é formalizada nas ilhas Berlengas a rede nacional que lhes permite trabalhar juntos e candidatar-se a, pelo menos, três milhões de euros.

 

A cerimónia de assinatura que formaliza a rede nacional, que já existe informalmente desde 2011, acontece na ilha da Berlenga, uma das 10 Reservas da Biosfera, e é presidida pelo primeiro-ministro António Costa, segundo o jornal Expresso.

Segundo disse o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, ao mesmo jornal, o objectivo desta rede é permitir a “troca de conhecimento e colaboração” entre as 10 reservas e com reservas em outros países. Adiantou ainda que a partir de agora, estas áreas podem “juntar os seus projectos numa candidatura conjunta a 3,3 milhões de euros de fundos do EEA Grants”, citou hoje o Expresso.

A rede nacional foi criada, informalmente, em 2011 pela Comissão Nacional da Unesco para “contribuir para uma maior partilha de experiências, boas práticas e saberes, adquiridos na gestão das reservas da biosfera e que visam o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura, assim como o desenvolvimento sustentável da economia local”.

Actualmente são 10 as reservas portuguesas integradas na rede mundial de reservas da Biosfera: Boquilobo (1981), Corvo – Açores (2007), Graciosa – Açores (2007), Flores – Açores (2009), Reserva da Biosfera Transfronteiriça do Gerês –Xurés (Portugal/ Espanha) (2009), Berlengas – Peniche (2011), Santana -Madeira (2011), a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica (Portugal/ Espanha) (2015), Fajãs de S. Jorge – Açores (2016) e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional (Portugal/ Espanha) (2016).

Fazem parte desta rede os representantes de cada uma das reservas e a Comissão Nacional da Unesco, bem como técnicos de universidades ou de outras entidades que ajudem aos seus objectivos.

Segundo a Unesco, as reservas da biosfera são “laboratórios vivos” para a “conservação de paisagens, ecossistemas e espécies, o desenvolvimento sustentável a nível social, económico, cultural e ecológico”. São também “plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização”.

Agora, o seu trabalho terá nova “visibilidade e alcance”, disse o ministro do Ambiente à rádio TSF. A marca Unesco significa que “podemos ter um projecto de conhecimento profundo do território, de desenvolvimento e promoção de actividades, que é muito relevante para a conservação da natureza mas, sobretudo, para um novo olhar para o território protegido, onde a presença do Homem seja positiva e potenciadora do desenvolvimento da própria biodiversidade”, acrescentou à mesma rádio.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.