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Aumento das temperaturas atrai aves africanas a Espanha, diz SEO/Birdlife

Duas espécies de andorinhão e duas de rapina estão entre as aves de África que se estão a tornar mais frequentes no Sul de Espanha, segundo dados novos da organização Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birldlife), revelados esta semana.

 

Vários grupos de aves africanas “têm chegado recentemente a Espanha, possivelmente como consequência do aquecimento global” e outras registaram um aumento no número de observações, como o andorinhão-cafre (Apus caffer), o andorinhão-pequeno (Apus affinis), o grifo-de-ruppell (Gyps rueppellii) e o bútio-mouro (Buteo rufinus), segundo um comunicado da SEO/Birdlife.

A organização conservacionista alerta que as alterações climáticas têm impactos a médio e a longo prazo nas aves, como as variações das zonas de distribuição de algumas espécies.

Estas espécies reproduzem-se cada vez mais a Norte de África e inclusivamente são localizadas, ano após ano, em pontos do Sul de Espanha, o que indica que no futuro “as espécies mais mediterrâneas avançarão até Norte, enquanto as das zonas alpinas diminuirão”, explica a SEO/Birdlife.

Por exemplo, quanto ao andorinhão-cafre, os peritos têm detectado novos lugares de reprodução no Sul da Península Ibérica. E tem aumentado o número de observações do andorinhão-pequeno, até há pouco tempo uma espécie rara em Espanha.

Nos últimos anos foi confirmada a reprodução em Cádiz de búzio-mouro e, ao longo deste século, têm aparecido novas localizações de reprodução de rola-do-senegal (Spilopelia senegalensis) nas ilhas Canárias. “A sua chegada e processo de colonização parece estar relacionado com o processo de expansão natural que a espécie regista ao longo do Noroeste de África”, diz a SEO/Birdlife.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.