Ban Ki-moon: “O futuro da vida selvagem está nas nossas mãos”

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, lembrou hoje que “o futuro da vida selvagem está nas nossas mãos”.

 

Este é o lema das comemorações do Dia Mundial da Vida Selvagem, que se realizam hoje, e que por todo o mundo vão chamar a atenção para as espécies de fauna e de flora que estão em maior risco de conservação, muitas ameaçadas pela caça e pelo tráfico ilegais.

“Por demasiado tempo, o mundo tem testemunhado imagens da matança em massa de elefantes por causa das suas presas”, sublinhou o secretário-geral, num discurso hoje divulgado, chamando a atenção para um dos principais temas deste dia: os elefantes de África e da Ásia e os problemas com a conservação desta espécie.

De acordo com Ban ki-moon, “as mortes de elefantes africanos e o tráfico de marfim permanecem elevados a um nível alarmante”, mas também os elefantes asiáticos “são vítimas da caça ilegal”.

No entanto, muitas outras espécies estão em risco devido a diferentes desafios, “como as chitas, os pangolins, os rinocerontes, tartarugas marinhas, tubarões, tigres, baleias e as madeiras preciosas”. Todas enfrentam problemas colocados pelas alterações de habitat, sobre-exploração e tráfico ilegal, salientou.

O secretário-geral salientou ainda que os esforços para a conservação da vida selvagem têm vindo a crescer. A adopção dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu no final de 2015 pelos membros da ONU, inclui metas para colocar um fim à caça furtiva.

Também recentemente, a Assembleia Geral da ONU acordou numa resolução para limitar o tráfico ilícito de vida selvagem.

No entanto, é preciso fazer mais, apelou este responsável. “Em particular, os esforços de conservação precisam de envolver as comunidades que vivem em grande proximidade com a vida selvagem.”

Ki-moon referiu também a necessidade de combater a caça furtiva e o tráfico ilegal de espécies protegidas através da luta contra a procura e o fornecimento destes produtos, recorrendo a objectivos comuns e instrumentos internacionais, como a Convenção para o Comércio Internacional de Espécies em Perigo de Fauna e Flora Selvagens (CITES, na sigla inglesa).

O Dia Mundial da Vida Selvagem foi criado muito recentemente, a 20 de Dezembro de 2013, durante a 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, destinado a celebrar e chamar a atenção para os animais e plantas selvagens, em todo o mundo. A data escolhida, 3 de Março, foi a da assinatura da CITES.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.