Cada vagem de rúcula contém, em média, 20 sementes

Campos com agricultura biológica beneficiam a biodiversidade

As explorações agrícolas biológicas são um refúgio para as plantas silvestres e ajudam a contrabalançar a perda de biodiversidade das explorações agrícolas tradicionais, revela um estudo sobre os impactos daquela agricultura na paisagem.

Apesar de as explorações agrícolas biológicas gerarem menos rendimentos do que as tradicionais albergam mais vida selvagem, sugere o estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society of London B: Biological Sciences.

Os investigadores da Universidade de Swansea, no País de Gales, e de institutos franceses estudaram campos semeados com trigo na região francesa de Poitou-Charente.

A agricultura biológica cria “uma maior diversidade local de plantas” e a presença deste tipo de exploração numa paisagem “está associada a uma maior biodiversidade também para os campos agrícolas convencionais”, escrevem os autores do estudo.

“As plantas silvestres são importantes para as aves, abelhas e outras espécies agrícolas”, disse Luca Borger, do Departamento de Biociências da Universidade de Swansea, à BBC. “A agricultura biológica tem vantagens em manter essas plantas. Mas mesmo uma mistura de agricultura biológica e tradicional numa região pode ajudar a manter esta biodiversidade”, acrescentou. “Mesmo apenas 25% dos campos com agricultura biológica pode fazer a diferença.”

As zonas agrícolas são um habitat essencial para muitas espécies. Contudo, a intensificação da agricultura tem causado um forte declínio na biodiversidade rural.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.