Catorze portugueses na corrida a prémio internacional de ilustração científica

A 5ª edição da Illustraciencia – Prémio Internacional de Ilustração Científica, organizado pela Associação Catalã de Comunicação Científica, recebeu 449 ilustrações vindas de 45 países. Há 14 portugueses a concurso.

 

O prazo para a entrega dos trabalhos terminou a 5 de Maio. Ao longo de três meses foram recebidas 449 ilustrações. Segundo os organizadores do prémio, o tema tem de estar relacionado com a Ciência ou com a Natureza mas a técnica a usar ficou ao critério de cada um.

Pedro Salgado, Inês Lira, João Ferreira, Diego Vieira de Haro, Sandra Macieira, Luísa Crisóstomo, Madalena Silva Carlos, Filipa Carrott, Paula Sofia Vaz, Sónia Marques do Alvaredo, Camila Miranda Nogueira, Madalena Telo, Victor Feijó e João Simões são os ilustradores portugueses que participam nesta edição dos prémios. Apresentam trabalhos a lápis de cor, grafite, aguarela, caneta, scratchboard e digital de peixes, borboletas, aves, plantas e mamíferos.

Os países com mais ilustrações a concurso são Espanha (121 trabalhos), Colômbia (80), México (35), Rússia (26) e Chile (17). O Brasil apresenta-se com 15 ilustrações e também há ilustradores de vários outros países, como a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Hong Kong, Irão, Mongólia, Polónia, Reino Unido, Sri Lanka, Tailândia, Turquia ou Venezuela.

Este prémio internacional quer dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores, independentemente do seu país de origem. Os critérios do júri – composto por 13 elementos das áreas da comunicação de Ciência e ilustração científica, entre os quais a portuguesa Mafalda Paiva – são o rigor científico, inovação na área da ilustração científica e capacidade de divulgação.

“Um dos nossos objectivos é dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores e tornarmo-nos uma referência tanto para profissionais da ilustração científica como para empresas interessadas no mundo da ilustração”, explicou à Wilder no ano passado Miquel Baidal, coordenador do prémio.

Para Baidal, “a ilustração científica é uma ferramenta imprescindível para compreender e divulgar a Ciência”. É diferente da fotografia porque “permite-nos manipular o elemento a fim de mostrar aquilo que mais nos interessa”.

De todas as obras a concurso serão selecionadas 40. Estas serão conhecidas a 1 de Junho e irão constar de um catálogo e de uma exposição itinerante. De entre essas 40, o júri vai seleccionar o grande vencedor, os vencedores dos prémios de formação e até cinco menções honrosas. Estes serão conhecidos a 5 de Julho. A eleição do prémio do público vai realizar-se por votação no site do prémio, entre 1 e 30 de Junho.

Na primeira edição, em 2012, três portugueses ganharam os 1º e 2º prémios e o prémio do público. O júri escolheu Mafalda Paiva para o primeiro prémio, com a sua borboleta noturna Thaumetopea pitiocampa, e Pedro Salgado para o segundo, com o seu peixe-galo (Zeus faber). Lúcia Antunes ganhou o prémio do público, com o trabalho “Planta como habitat”.

O prémio Illustraciencia é financiado pelo Ministério espanhol da Economia e Competitividade e pela Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia. O grande vencedor ganhará um prémio de 600 euros e o vencedor com o prémio do público, 200 euros.

 

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Veja aqui as ilustrações que estão a concorrer este ano.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.