Foto: Florin Dumitrescu / Wiki Commons

Cavalo-marinho vai ser o símbolo da Semana da Ria Formosa

O cavalo-marinho vai ser o símbolo utilizado para assinalar a Semana da Ria Formosa, que se realiza entre os dias 4 e 8 de Abril. O objectivo desta escolha é chamar a atenção para o declínio das populações de cavalo-marinho no parque natural algarvio.

 

“Ao ser uma espécie indicadora da qualidade ambiental, funciona como um alerta para as ameaças que o sistema lagunar da Ria Formosa enfrenta”, afirma em comunicado o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que promove esta iniciativa através do seu Departamento do Algarve, em coordenação com outras 16 entidades.

A Semana da Ria Formosa vai ter como principal público-alvo os alunos e toda a comunidade escolar dos concelhos do Parque Natural da Ria Formosa, com o objectivo de alertar para a importância deste sistema lagunar e para o valor do património natural e cultural.

Na região, ocorrem duas espécies de cavalo-marinho: o cavalo-marinho-de-focinho-comprido (Hippocampus guttulatus) e o cavalo-marinho-de-focinho-curto (H. hippocampus). Ambas são ameaçadas pela degração ambiental, pela captura acessória em artes de pesca e ainda pela sobre-exploração ligada à medicina tradicional e à aquarofilia, como aliás acontece com os cavalos-marinhos em todo o mundo.

Em 2000, concluiu-se que a Ria Formosa era o local com maior densidade populacional destas duas espécies, a nível mundial, mas novos estudos realizados uma década depois apontaram para “um decréscimo dramático, superior a 90%, por causas ambientais ainda desconhecidas”, recorda o ICNF.

De acordo com o instituto, em 2014, novas pesquisas indicaram uma ligeira recuperação das populações da região, face aos dados obtidos em 2009, “apesar de estar longe dos valores anteriormente observados”.

“Observou-se que factores como a poluição sonora subaquática, a degradação ambiental, a pesca e factores naturais têm um impacto significativo e contribuem para um fraccionamento continuado destas populações.”

Outra das conclusões, na altura, foi que o recurso a estruturas artificiais pode ser útil na reabilitação do habitat destas espécies. No entanto, continua a ser necessária a realização de mais estudos relativos às causas da diminuição populacional, tanto no que respeita aos factores ambientais como às actividades humanas.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.