Censo revela que há 3.000 periquitos-de-colar em Espanha

O primeiro censo nacional aos periquitos-de-colar (Psittacula krameri) em Espanha, feito em 2015 pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO) e 150 voluntários, concluiu agora que existem cerca de 3.000 destas pequenas aves tropicais verdes a cruzar os céus daquele país. Esta espécie exótica também existe em Portugal.

 

São rápidos e estridentes; são verdes e têm uma cauda comprida. Não são de cá. Vieram das florestas de África e da Índia e, durante anos, foram aves de gaiola. Desde há cerca de 40 anos ganharam a liberdade e espalharam-se pela Europa, conquistando o seu espaço, graças a fugas de cativeiro e a libertações deliberadas.

Durante o ano passado, o primeiro censo nacional espanhol à espécie contou cerca de 3.000 periquitos-de-colar.

Em Espanha, as populações estão repartidas por cerca de 30 núcleos urbanos, especialmente na região centro e junto à costa do Mediterrâneo. “Foram prospectados mais de 150 municípios em Espanha dos que tinham referências da presença desta espécie e apenas foram encontrados periquitos-de-colar em 28 municípios de 11 províncias e uma cidade autónoma (Melilla)”, revelou na semana passada a SEO em comunicado.

Sevilha e Madrid surgem à frente, com 1.400 e 800 aves respectivamente. Também é considerável a população das Canárias, em especial Santa Cruz de Tenerife e a ilha de Tenerife, com 370 aves.

Actualmente, esta espécie ocorre também em Portugal. Segundo o livro Aves de Portugal (2010), a principal zona de ocorrência é a Grande Lisboa mas também têm havido avistamentos em Sintra, Oeiras, Entroncamento, Torres Novas, região de Mira e Grande Porto.

O primeiro registo desta ave – que se alimenta de bagas e frutos, como laranjas e cerejas – em Portugal é de finais da década de 1970, no Estuário do Tejo, segundo o mesmo livro. Em 2005 estimava-se que existiriam mais de 250 aves no país.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.