Descoberta nova espécie de gafanhoto na Catalunha

Uma nova espécie de gafanhoto (Prionotropis ancosae) foi descoberta para a Ciência na Catalunha, no Norte da Península Ibérica. Este animal tornou-se num dos insectos mais ameaçados da região.

 

Este gafanhoto foi descoberto por técnicos do Serviço de Fauna e Flora do Departamento do Território e Sustentabilidade da Catalunha na zona da planície de Ancosa, área protegida.

 

 

A descoberta aconteceu durante o trabalho de seguimento e censo das espécies de invertebrados ameaçadas, depois de um aviso feito pelos naturalistas Xavier Bayer e Francesc Guasch.

Os investigadores já tinham detectado este insecto naquela zona em 2014 mas pensaram tratar-se da espécie Prionotropis flexuosa. Mas, investigações posteriores determinaram que esta é uma espécie diferente.

Este torna-se, assim, num dos insectos mais ameaçados da Catalunha. Segundo os técnicos daquele departamento, o gafanhoto agora descoberto para a Ciência tem uma área de distribuição muito reduzida, limitada àquela zona de Ancosa, e é “de uma grande raridade”, segundo um comunicado divulgado ontem por aquele departamento. “A densidade de exemplares é muito escassa neste ecossistema estepário, na ordem dos oito animais por cada mil metros quadrados.”

Em todo o mundo existem apenas oito espécies deste género, distribuídas pelas zonas estepárias da Europa e Ásia. De acordo com os entomológos, as maiores ameaças para estes animais são a destruição dos habitats, o sobre-pastoreio e a agricultura intensiva.

O Departamento catalão criou um protocolo de censos e vai elaborar um plano de conservação para esta espécie que considera “interessante do ponto de vista da biodiversidade”.

A nova espécie está descrita num artigo publicado a 28 de Abril na revista Zootaxa pelo entomólogo espanhol Josep Maria Olmo-Vidal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.