Descobertas novas espécies de peixes que viveram há 92 milhões de anos

Uma equipa internacional de cientistas descobriu duas novas espécies de peixes que viveram nos oceanos do planeta há 92 milhões de anos, no Período Cretácico, no tempo dos dinossauros.

 

Um dos autores do estudo, Kenshu Shimada, disse que os peixes – que se alimentavam de plâncton – pertencem ao género Rhinconichthys, um género extremamente raro. Até agora só se conhecia ter uma espécie, encontrada em 2010 em Inglaterra, o Rhinconichthys taylori.

Mas um novo crânio descoberto no Colorado (Estados Unidos) e a reavaliação de um outro crânio em Hokkaido (Japão) aumentaram agora para três o número de espécies daquele género, com uma distribuição geográfica mais ampla. As novas espécies são o Rhinconichthys purgatoirensis e o Rhinconichthys uyenoi, respectivamente, e estão descritas no artigo a publicar no próximo número da revista científica Cretaceous Research.

 

Ilustração: Robert Nicholls

 

“Fiz parte de uma equipa que deu o nome ao género Rhinconichthys em 2010, com base numa única espécie de Inglaterra mas, na altura, não fazíamos ideia de que o género fosse tão diverso e tão globalmente distribuído”, disse Shimada, paleobiólogo na Universidade DePaul (Chicago), em comunicado.

O género Rhinconichthys pertence a um grupo que inclui alguns dos maiores peixes ósseos que alguma vez já viveram. Estes peixes deveriam ter entre 2 e 2,7 metros de comprimento e mandíbulas enormes para filtrar o plâncton.

“Com base no nosso novo estudo, temos agora três espécies diferentes de Rhinconichthys em três regiões separadas do planeta, cada uma representada por um crânio diferente”, notou Shimada. Até agora apenas se conhecem três espécimes deste género em todo o mundo.

 

Imagem: Kenshu Shimada
Imagem: Kenshu Shimada

 

“Isto diz-nos o quão pouco sabemos ainda sobre a biodiversidade de organismos através da História da Terra. É mesmo incompreensível.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.