Desenhos com mais de 200 anos de naturalistas portugueses expostos no Luxemburgo

Um volume com desenhos de ilustradores naturalistas portugueses feitos numa expedição ao Brasil entre 1783 e 1792, foi emprestado pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) à exposição temporária Portugal – Drawing the world, no Luxemburgo.

 

Estes desenhos estão expostos de 28 de Abril a 15 de Outubro no Museu Nacional de História e Arte (MNHA) no Luxemburgo, informou recentemente o museu português.

A exposição temporária – que reúne mais de 300 peças emprestadas por museus portugueses, a maioria pelo Museu Nacional de Arte Antiga – quer dar a conhecer a história de Portugal e dos seus exploradores “através do legado mais revelador deste país: o património artístico criado entre o declínio da Idade Média e o nascimento do nosso mundo contemporâneo”.

 

Aratinga solstitialis solstitialis (Linnaeus, 1758). Foto: MUHNAC

 

O volume que resultou da expedição de Alexandre Rodrigues Ferreira (1756 – 1815) ao Brasil – produzido entre 1785 e 1789 pela Casa do Risco do Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda – tem desenhos que retratam os nativos e a fauna dos estados do Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. São mais de 130 ilustrações em aguarela. Destas, 60 estão assinadas por Joaquim José Freire (1760-1847) e 22 por Joaquim José Codina (séc. XVIII – 1790).

O museu de Lisboa enviou ainda imagens de um outro volume com paisagens naturais, nomeadamente cachoeiras, povoações e edifícios, para integrarem a mesma exposição.

Segundo o MUHNAC, a expedição ao Brasil faz parte das viagens philosophicas promovidas pelo Estado português a partir de 1783, através do Real Museu de História Natural e Jardim Botânico da Ajuda. Estas viagens destinavam-se a inventariar e descrever os territórios e recursos naturais das colónias portuguesas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.