Dia Internacional da Vaquita marinha quer evitar extinção do “panda do mar”

O mundo decidiu criar o Dia Internacional da Vaquita Marinha, a 8 de Julho, para apelar à conservação de emergência desta espécie chamada o “panda do mar”. Apenas restam 30 animais em todo o planeta.

 

Várias iniciativas vão decorrer pelo mundo – desde o México, Estados Unidos e China à Alemanha e Reino Unido – para apoiar um plano de emergência para tentar evitar a extinção da vaquita marinha.

A vaquita marinha (Phocoena sinus), mais pequena que um golfinho, está a desaparecer rapidamente. Há 20 anos seriam, pelo menos, 600. Hoje existem menos de 30 animais em todo o mundo, fazendo deste o mamífero marinho mais ameaçado do planeta. Segundo a Lista Vermelha da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN) está classificada como Criticamente em Perigo.

 

 

A maior ameaça são as redes de pesca ilegal no único local onde vivem, uma zona limitada do Alto Golfo da Califórnia.

Em Abril passado, foi anunciado o plano Vaquita CPR (Conservação, Protecção e Recuperação), liderado pelo Governo do México e apoiado por um consórcio de peritos em mamíferos marinhos de mais de 10 organizações de todo o mundo. Uma das principais medidas é “levar alguns exemplares desta espécie para um santuário temporário onde se possam reproduzir de maneira segura”, sem cair nas redes de pesca ilegal, explicou então o Ministério mexicano do Ambiente em comunicado.

Além da reprodução num santuário, o plano prevê também medidas para “eliminar a ameaça das redes e da pesca ilegal na zona”.

A luta pela conservação da vaquita marinha ganhou maior atenção depois do actor Leonardo DiCaprio, do Presidente mexicano Enrique Peña Nieto e do milionário mexicano Carlos Slim terem assinado recentemente um Memorando de Entendimento onde o México se compromete a reforçar a sua legislação sobre as práticas de pesca em nome desta espécie.

A 8 de Julho celebra-se o Dia Internacional da Vaquita e será marcado por iniciativas que querem chamar a atenção do mundo para este mamífero à beira de desaparecer.

“Isto é histórico. Estamos a assistir à criação de parcerias extraordinárias em redor de algo comum – um desejo partilhado de salvar a vaquita marinha da extinção. Mas temos de agir rapidamente”, disse Cynthia Smith, directora-executiva da Fundação Nacional para os Mamíferos Marinhos. Este Dia Internacional “é uma oportunidade para as pessoas se juntarem à luta pela vida da vaqueta, aprendendo o que fazer para apoiar o plano de emergência em VaquitaCPR.org”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.