Dia Mundial da Vida Selvagem de 2018 será dedicado aos grandes felinos

Leões, tigres, leopardos e jaguares serão os protagonistas do próximo Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado a 3 de Março de 2018, foi anunciado ontem. A iniciativa quer alertar para as ameaças à sobrevivência dos grandes felinos e apelar à sua conservação.

 

Os grandes felinos estão entre os animais mais reconhecidos e admirados do mundo. Vivem em África, Ásia e América e inspiram logotipos de carros, clubes desportivos e a indústria da moda.

Mas as suas populações estão em declínio, alerta o Secretariado da CITES (Convenção Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção), entidade organizadora do Dia Mundial.

As populações de tigres diminuíram 95% nos últimos 100 anos e as populações de leões  40% em apenas 20 anos. As maiores ameaças são a perda de habitat e de presas, conflitos com populações humanas, caça ilegal e tráfico.

 

 

“Ao longo do último século temos estado a perder os grandes felinos, os predadores mais majestosos do planeta, a um ritmo alarmante”, comentou John E. Scanlon, secretário-geral da CITES, em comunicado.

O Dia Mundial da Vida Selvagem de 2018 será utilizado para “chamar a atenção para a batalha que estes animais estão a travar e galvanizar o apoio para muitas acções globais e nacionais no terreno para salvar estas espécies icónicas”, explicou.

Para chegar a mais pessoas, a CITES decidiu aumentar a definição de grandes felinos. Além dos leões, tigres, leopardos e jaguares – os quatro maiores felinos que conseguem rugir – estão incluídos as chitas, leopardos-das-neves, pumas e panteras-nebulosas, por exemplo.

Todas as espécies de grandes felinos estão protegidas pela CITES. O tráfico é uma séria ameaça à sua sobrevivência. Segundo Scanlon, “nos últimos sete anos reforçámos os nossos esforços para combater, a nível mundial, o crime organizado de vida selvagem”.

A CITES, convenção assinada a 3 de Março de 1973 em Washington D.C. , tem 183 Partes (182 países e a União Europeia). Regula o comércio de mais de 36.000 espécies selvagens de plantas e animais, usadas na alimentação, cuidados de saúde, cosméticos, moda e construção de casas, por exemplo.

Portugal ratificou a convenção a 11 de Dezembro de 1980 e o documento entrou em vigor a 11 de Março de 1981.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.