Fotografia: ICNF

Dois linces-ibéricos libertados na natureza em Castela-La Mancha

A fêmea Mirabel e o macho Medellín, nascidos no ano passado no Centro de Reprodução em cativeiro em Zarza de Granadilla, foram libertados nesta quarta-feira na natureza em Castela-La Mancha.

 

Estes dois linces foram libertados no âmbito do projecto Life Iberlince que, até Abril, prevê reintroduzir na natureza um total de 48 linces-ibéricos em Portugal e Espanha. Na segunda-feira foram libertados em Portugal, mais concretamente na região de Mértola, as fêmeas Myrtilis e Mirandilla e o macho Monfrague.

Mirabel foi libertada em Montes de Toledo e Medellín na Serra Morena Oriental, segundo um comunicado do Iberlince, projecto a decorrer até 2017. “Com a reintrodução de Mirabel e Medellín são já 25 os exemplares de lince-ibérico reintroduzidos pelo projecto Life Iberlince em Castela-La Mancha”, afirmam os técnicos, em comunicado.

A selecção dos animais foi feita de forma a garantir que levem para a natureza a máxima variabilidade genética, ao mesmo tempo que se tem em conta o equilíbrio que deve existir na relação de sexos da população.

A 26 de Janeiro, o mesmo projecto revelou que um lince-ibérico foi encontrado atropelado na estrada A-493, em La Palma del Condado (Huelva). Era um macho de quase dois anos e estava radiomarcado. O animal foi levado para o Centro de Análises e Diagnóstico da Fauna Silvestre da Junta da Andaluzia, onde está a ser feita a necropsia.

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie que, até ao ano passado, estava classificada como “Criticamente em Perigo”. Em Junho de 2015, a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) passou a espécie para a categoria “Em Perigo”. Dos 52 linces-ibéricos adultos em 2002 existiam 156 em 2012. Hoje serão mais de 300.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Fique a par do que está previsto acontecer este ano e recorde os principais marcos na história da conservação da espécie.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.