Em França, passam a ser proibidos golfinhos e orcas em cativeiro

 

Os parques aquáticos em França deixam de poder adquirir ou reproduzir, a partir de agora, golfinhos e orcas para serem utilizados nos seus espaços.

 

Esta nova lei aprovada pelo Ministério francês do Ambiente, e publicada no último sábado, permite ainda que os golfinhos e orcas actualmente em cativeiro assim possam continuar, mas define regras mais apertadas para estes casos.

O objectivo é “assegurar a protecção das espécies, melhorar o seu bem-estar e suprimir o sofrimento animal”, pelo que passa a ser “proibido manter cetáceos em cativeiro”, indica a lei agora em vigor, segundo o jornal El Pais. O diploma exclui os aquários com actividade autorizada.

A ministra do Ambiente, Ségolène Royal, terá assinado uma primeira versão deste diploma na quarta-feira passada, mas depois de saber que alguns destes animais são drogados, seguiu-se uma nova versão mais dura.

Quanto aos cetáceos que já estão hoje em parques, os tanques onde ficam alojados terão de ter um espaço superior em pelo menos 150% ao espaço actualmente permitido na lei anterior, datada de 1981. Isto para deixar que golfinhos e orcas se distanciem dos visitantes e de outros animais.

Passa a não ser permitido, por outro lado, o uso de cloro nos tanques e a entrada de pessoas do público dentro da água. O Governo francês dá seis meses aos parques aquáticos para se adaptarem às novas regras e ainda três anos para aumentarem os tanques.

A medida foi bem recebida por associações de defesa dos direitos dos animais. Cinco destas associações, como a Sea Sheperd e a One Voice, consideraram em comunicado que a nova lei significa “que se acabam os programas de reprodução, de intercâmbios ou de importação”. “Sem a possibilidade de renovar os cetáceos, significa o fim dos circos marinhos no nosso território”, salientaram.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.