Ranúnculo. Foto: Bennimax/Pixabay

Esta flor usa um truque para aquecer-se e atrair insectos

Os ranúnculos têm flores com pétalas amarelas e brilhantes, que fazem lembrar a superfície de um espelho. Um grupo de cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, investigou as propriedades ópticas destas flores e descobriu o truque que usam para atrair abelhas e outros insectos polinizadores.

 

Os investigadores analisaram em detalhe as pétalas de ranúnculos e de espécies relacionadas, com recurso a métodos anatómicos e de espectrometria.

Num artigo científico publicado agora no Journal of the Royal Society Interface, concluem que há um grupo de células especiais, em cada pétala, que ajudam as flores do ranúnculo a comportar-se como uma espécie de parabólica que direcciona a luz que recebe.

 

Foto: Nidan/Pixabay

 

“As flores actuam como concentradores de calor”, disse Doekele Stavenga, que faz parte desta equipa, citada numa notícia da New Scientist.

Esse calor é depois emitido pelos estames, órgãos reprodutivos masculinos no centro da flor, o que atrai insectos polinizadores. Esses insectos, como é o caso das abelhas, procuram ambientes mais quentes, pois dessa forma têm mais facilidade em  manter a sua própria temperatura, e ao transportarem o pólen vão ajudar na fertilização.

As células especiais que a equipa da Universidade de Groningen encontrou nas pétalas dos ranúnculos permitem a existência de duas camadas de ar, logo abaixo da superfície, que desviam a luz que chega dos lados para o centro da flor. São também essas células que dão um brilho diferente a estas flores.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.