Parque Nacional da Peneda-Gerês. Foto: Libânia Pereira/Wiki Commons

Estão abertos os concursos para recuperar matas icónicas da Peneda-Gerês

Nesta segunda-feira foram lançados os concursos para recuperar algumas das matas mais icónicas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, afectadas pelo fogo, anunciou ontem o ministro do Ambiente. Estas acções inserem-se no Plano Piloto para aquela área protegida, que prevê um financiamento de 8,6 milhões de euros.

 

Os concursos destinam-se à recuperação da Mata do Mezio (rearborização de cerca de 500 hectares de área florestal), da Mata do Ramiscal (reconstituição de habitats naturais), a concretização do Programa de Prevenção Estrutural e Conservação da Mata Nacional do Gerês e a conservação dos teixiais.

Além destes, foram também lançados os concursos para a contratação de 50 elementos para o corpo de prevenção estrutural de combate a incêndios. O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, avançou ontem – na cerimónia de assinatura do protocolo para um projecto piloto no Parque Natural do Tejo Internacional, em Vila Velha de Ródão – que estes “estarão no terreno um mês antes do início da época crítica, bem como os respectivos equipamentos”. O período crítico começa a 1 de Julho e termina a 30 de Setembro.

A intervenção na Peneda-Gerês inclui outros programas para apoiar as autarquias e as populações que residem e trabalham na área protegida. “Só com o envolvimento das populações locais poderemos prosseguir a missão de valorizar e recuperar os habitats naturais”, disse o ministro.

O Plano Piloto da Peneda-Gerês foi aprovado em Conselho de Ministros a 27 de Outubro de 2016, na sequência dos incêndios que atingiram o único Parque Nacional do país. Este plano tem assegurado um financiamento total de 8,6 milhões de euros, grande parte do qual com origem no Fundo Ambiental. Este veículo financeiro para o Ambiente disponibiliza 154 milhões de euros para este ano.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi criado em 1971 e tem hoje uma área de 69.593 hectares.

No ano passado, até 15 de Outubro, arderam 5.698 hectares nesta área protegida, segundo o último Relatório Provisório de Incêndios Florestais de 2016 (1 de Janeiro a 15 de Outubro). A Peneda-Gerês foi a área protegida com maior extensão de área ardida e a maior percentagem de afectação face à área que ocupa (8,2%). No total da área na Rede Nacional de Áreas Protegidas arderam no ano passado 14.091 hectares.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra o que tem sido feito para proteger os teixos na Serra do Gerês.

Leia a crónica de Miguel Dantas da Gama, em plena época de incêndios na Serra do Gerês.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.