/

Estas 6,5 toneladas de rolhas de cortiça vão ajudar a plantar florestas

No ano lectivo 2016/2017, dezenas de escolas e IPSS de todo o país recolheram 6.500 quilos de rolhas de cortiça, revelou ontem a Quercus. Agora, estas serão recicladas e vão financiar a plantação de árvores autóctones através do projecto Floresta Comum.

 

A campanha de recolha de rolhas de cortiça, no âmbito da parceria entre a Quercus e a Missão Continente, que decorreu durante o ano letivo 2016/2017, conseguiu recolher cerca de 6.500kg de rolhas, em 2.178 caixas, informou ontem a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza em comunicado.

Ao todo participaram nesta recolha 121 entidades, sendo 106 escolas e 15 IPSS. A maioria das caixas de rolhas foi entregue pelas escolas (1.643), sendo as restantes 535 caixas entregues por apenas nove das 15 IPSS inscritas.

O Jardim de Infância Vila Verde (que entregou 91 caixas), o Colégio Diocesano de N.ª S.ª da Apresentação (179 caixas), a Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento (17 caixas) e a Comissão de Assistência Social de Carregosa (125 caixas) ficaram em primeiro lugar, de acordo com as suas categorias.

Estas instituições – que mais rolhas entregaram em cada uma das categorias, tendo em conta o número total de elementos da instituição – vão receber os prémios no início de Dezembro, numa cerimónia a realizar em Lisboa, avança a Quercus. A campanha a realizar no presente ano letivo 2017/2018 arranca nesse dia.

Os prémios são “um valor financeiro para a entidade distinguida e uma visita a um espaço que respeite os valores naturais e a sustentabilidade e que constitua uma experiência de aproximação à natureza e à construção de cidadãos ambientalmente responsáveis”.

Implementado desde 2008, o Green Cork é o projecto da Quercus de recolha de rolhas de cortiça para reciclagem. É desenvolvido em parceria com a Amorim, o Continente, o Dolce Vita, escolas, escuteiros, municípios, empresas de recolha de resíduos, adegas, produtores de vinho e outras entidades. Tem por objetivos principais recolher rolhas e financiar a plantação de árvores autóctones através do Floresta Comum.

“O Green Cork é um projeto que funciona em ciclo, da árvore vem a cortiça, a reciclagem dá novos usos à cortiça que antes estava na rolha, e ainda permite que se plantem novas árvores. O que vem da natureza volta à natureza.”

Através das verbas que a Quercus recebeu pela entrega para reciclagem de cerca de 295 toneladas de rolhas de cortiça, já foram plantadas cerca de 476 mil árvores (dados de 2016).

O projecto Green Cork ajudou a financiar o Floresta Comum. Na sua 7ª edição, este projecto tem disponíveis 211.125 árvores de 48 espécies nativas de Portugal disponíveis através da Bolsa Nacional de Espécies Florestais Autóctones para ajudar a reflorestar terrenos públicos ou comunitários para a época 2017/2018.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

A lista de classificação geral está disponível para consulta na área “Campanha – Green Cork Escolas” no site do projeto Green Cork.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.