Estas plantas receberam nomes inspirados em Schwarzenegger e DeVito

Biólogos da Universidade Nacional Australiana deram nomes a estas duas plantas, agora descritas, inspirados em Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito, os protagonistas do filme de 1988 “Gémeos”.

 

Mike Crisp, investigador que coordenou o estudo, disse que uma das espécies de Daviesia, um género botânico da família das leguminosas (Fabaceae) – que inclui as vagens, ervilhas e feijões, por exemplo – é muito mais robusta do que a outra. Isto fê-lo lembrar o filme “Gémeos”.

Este investigador explicou que a Daviesia devito é uma planta mais pequena e fraca, enquanto a Daviesia Schwarzenegger é maior e mais robusta.

 

A Daviesia devito (à direita) é uma planta mais pequena e fraca do que a Daviesia schwarzenegger. Foto: Stuart Hay

 

“Também quisemos homenagear a liderança de Arnold Schwarzenegger enquanto governador da Califórnia, no esforço de redução das emissões de dióxido de carbono, e por aconselhar o Governo australiano a fazer o mesmo”, acrescentou o investigador.

Estas duas plantas fazem parte de uma lista de 131 espécies de Daviesia, arbustos endémicos da Austrália e das suas ilhas mais próximas, que Crisp e a sua equipa publicaram recentemente na revista Biotaxa. Segundo os autores da monografia, esta é a primeira lista revista do género a ser publicada desde 1864. O documento do século XIX registava apenas 55 espécies de Daviesia.

Ambas as espécies, que ocorrem na região Sudeste da Austrália, estão em risco de extinção. Tal deve-se ao facto de “parecerem estar confinadas a zonas muito pequenas que restaram numa região que foi grandemente intervencionada para a agricultura de trigo”, explicou Crisp.

 

O investigador Mike Crisp. Foto: Stuart Hay

 

“Estas plantas são importantes elementos ecológicos de comunidades botânicas onde crescem. Elas fixam nitrogénio, têm um importante papel na região onde o solo está muito erodido e esgotado de nutrientes.” Crisp explicou que “é essencial ter plantas que fixam nitrogénio para substituir esses nutrientes”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.