Ramos de uma árvore, sem folhas, contra um céu azul
Foto: Joana Bourgard / Wilder

Há mais de 200.000 árvores nativas prontas para reflorestar o país

São mais de 200.000 as árvores de 48 espécies nativas de Portugal disponíveis através da Bolsa Nacional de Espécies Florestais Autóctones para ajudar a reflorestar terrenos públicos ou comunitários para a época 2017/2018. Os projectos podem candidatar-se a estas árvores até 30 de Setembro.

 

As 211.125 plantas estão nos quatro viveiros do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e serão distribuídas no âmbito da 7ª edição do projecto Floresta Comum, segundo um comunicado divulgado no final de Julho.

Para a época 2017/2018, serão disponibilizadas mais árvores do que em 2016/2017, passando de 201.560 para 211.125. Tudo depende das disponibilidades dos viveiros.

Em sete anos, este projecto já disponibilizou mais de 647.737 plantas de 60 espécies autóctones.

Por enquanto, as árvores apenas estão disponíveis para reflorestar terrenos públicos e comunitários mas, o futuro do projecto passa “por constituir também uma bolsa de plantas para os terrenos privados.

O projecto Floresta Comum resulta de uma parceria entre o ICNF, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses, e a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Até agora, “tem sido grande o envolvimento da Administração Local nestas ações de (re)arborização, através dos Municípios e Juntas de Freguesia”, salienta a Quercus, em comunicado.

O grande objectivo é “incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema”.

“As vantagens em melhorar a composição da floresta portuguesa, com recurso a espécies autóctones como carvalhos, medronheiros, castanheiros ou sobreiros, entre outras, são evidentes. Em comparação com as espécies introduzidas, esta floresta está mais adaptada às condições climáticas locais, sendo por isso mais resistente a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa. Contribui ainda para a mitigação das alterações climáticas e é mais resiliente a essas mesmas alterações, bem como aos incêndios florestais.”

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

O Regulamento e os formulários de candidatura estão disponíveis no site da Quercus – através do separador Projetos – Floresta Comum – ou aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.