Synalpheus pinkfloydi. Foto: Sammy de Grave

Há um novo camarão de pinça rosa-choque que homenageia os Pink Floyd

Um camarão-pistola com uma pinça rosa-choque, capaz de produzir um som “estrondoso” à sua escala, foi baptizado com o nome da banda Pink Floyd: Synalpheus pinkfloydi é o nome da espécie recém-descoberta.

 

A nova descrição científica foi publicada agora na Zootaxa.

Os camarões-pistola, ou camarões-de-estalo, pertencem à família Alpheidae. Com uma das suas pinças, muito maior do que as restantes, conseguem produzir enormes montantes de energia sonora.

“Ao fechar a sua pinça grande a uma rápida velocidade, o camarão cria uma bolha de cavitação de alta pressão, cuja implosão resulta num dos mais altos sons do oceano – suficientemente forte para atordoar ou mesmo matar um pequeno peixe”, descreve uma nota publicada pela Universidade de Oxford.

 

Synalpheus pinkfloydi. Foto: Sammy de Grave

 

Graças à combinação entre o som explosivo produzido por esta espécie e o rosa-choque da pinça, o nome inspirado nos Pink Floyd era praticamente inevitável. Ainda mais quando um dos autores do relatório, Sammy De Grave, é fã de longa data da banda britânica.

“Tenho ouvido os Floyd desde que The Wall foi editado em 1979, quando tinha 14 anos”, disse Sammy De Grave, que está à frente da área de pesquisa do Museu de História Natural da Universidade de Oxford. “A descrição desta nova espécie de camarão era a oportunidade perfeita para finalmente dar um ‘cumprimento’ à minha banda favorita.”

Além de Sammy De Grave, a descrição científica do novo Synalpheus pinkfloydi é assinada por Anthur Anker, da Universidade Federal de Goiás, no Brasil, e por Kristin Hultgren, da Universidade de Seattle, nos Estados Unidos.

O novo camarão foi encontrado na costa do Panamá, do lado do Oceano Pacífico.

Já no Atlântico Ocidental, incluindo no lado caribenho do Panamá, ocorre uma outra espécie com uma pinça igualmente interessante, adianta a Universidade de Oxford. O Synalpheus antillensis foi descrito em 1909, mas os autores do relatório consideraram que há diferenças suficientes para permitir ao Synalpheus pinkfloydi o novo estatuto e o nome em homenagem à banda de rock.

Mas esta não foi a única homenagem no mundo natural prestada à banda britânica: em 1915, um outro grupo de biólogos baptizou uma espécie de libelinha recém-descoberta em África como Umma gumma, em honra do álbum duplo com o mesmo nome, ‘Ummagumma’, lançado em 1969 pelos Pink Floyd.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.