Lince-ibérico. Foto: Programa de Conservação Ex-Situ do Lince-Ibérico

Lince nascido em Silves entre os quatro libertados ontem em Espanha

Mesta, uma fêmea nascida há cerca de um ano no Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico, em Silves, foi uma das quatro fêmeas libertadas ontem em três regiões espanholas.

 

Segundo o programa Iberlince, Mesta foi libertada ontem na área de reintrodução da Serra Morena Oriental, a Sul de Ciudad Real. Nesta região já foram soltos três linces nas últimas duas semanas.

Libertação de Mesta. Foto: Iberlince
Libertação de Mesta. Foto: Iberlince

“Mesta passou com êxito todos os controlos sanitários prévios à sua libertação e foi radiomarcada para a sua posterior localização e seguimento na natureza por parte dos técnicos do projecto Life Iberlince em Castela-La Mancha”, informam os responsáveis em comunicado.

Além de Mesta foram libertadas ontem as fêmeas Múrtiga e Musaraña numa propriedade particular na área de reintrodução de Guarrizas (Jaén).

 

 

No mesmo dia, mas na area de reintrodução de Matachel (na Extremadura), foi libertada a fêmea Maraca.

Estes animais são libertados no âmbito do projecto LIFE “Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal”, a decorrer até 2017.

O grande objectivo é o “estabelecimento de uma população selvagem e viável, numa área geográfica que já foi parte da sua área de distribuição histórica”, explica o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Para ajudar a esta meta, este ano serão libertados entre Janeiro e Abril um total de 48 linces em sete regiões: nove no Vale do Guadiana (seis fêmeas e três machos), nove no Vale de Matachel (Badajoz), 10 nos Montes de Toledo (Toledo), nove na Serra Morena Oriental (Ciudad Real), cinco em Guadalmellato, cinco em Guarrizas e um como reforço genético das populações em Doñana.

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie que, até ao ano passado, estava classificada como “Criticamente em Perigo”. Em Junho de 2015, a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) passou a espécie para a categoria “Em Perigo”. Dos 52 linces-ibéricos adultos em 2002 existiam 156 em 2012. Hoje serão mais de 300.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.