Lince Natureza nasceu em Silves e foi libertada nos campos de Ciudad Real

A lince-ibérico Natureza, que nasceu no ano passado no Centro Nacional de Reprodução de Lince-ibérico (CNRLI) em Silves, foi libertada ontem nos campos da província de Ciudad Real (Castela-La Mancha).

 

Natureza é o primeiro dos 16 linces-ibéricos que durante 2017 serão libertados na Serra Morena, na região de Castela-La Mancha.

Segundo o projecto Life Iberlince, esta fêmea foi devolvida à natureza no refúgio de fauna Chicho Méndez, no município de Castellar de Santiago, no âmbito de um projecto que quer “estabelecer o lince-ibérico nos territórios onde tradicionalmente esteve presente”.

Para o conseguir, este ano serão libertados 16 linces-ibéricos, oito na Serra Morena Oriental e oito nos Montes de Toledo. Estas são duas das áreas definidas para a reintrodução desta espécie na Península Ibérica, onde também se inclui o Vale do Guadiana, em Portugal.

Ao longo de 2017, o Iberlince prevê soltar um total de 40 linces, oito em cada uma das áreas de reintrodução em Portugal (no Vale do Guadiana, concelho de Mértola) e em Espanha (Vale de Matachel, Badajoz; Montes de Toledo, Toledo; Sierra Morena Oriental, Ciudad Real e Guadalmellato, e Guarrizas, Jaén). O grande objectivo é reforçar a população desta espécie nas zonas de reintrodução da Península Ibérica.

Com a libertação de Natureza são já 44 os linces libertados na região desde 2014. “A solta destes exemplares tem permitido, nestes anos, consolidar tanto a área de reintrodução da Serra Morena como de Montes de Toledo, como núcleos estáveis para a conservação do lince-ibérico”, acrescenta o comunicado.

Em 2016 nasceram 19 crias de lince naquela região, 14 das quais nos Montes de Toledo e cinco na província de Ciudad Real.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana e quantos linces nascidos em Silves já foram pais na natureza.

Leia a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do Centro Nacional de Reprodução (CNRLI) em Silves.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.