Navarra instala 300 caixas-abrigo para morcegos

O governo de Navarra, no Norte de Espanha, colocou mais de 300 caixas-abrigo para morcegos nas margens dos rios Arga e Aragão para controlar os mosquitos, foi hoje revelado. Um morcego pode comer mais de mil insectos numa noite.

 

As caixas foram instaladas durante Março e Abril em oito localidades – Caparroso, Carcastillo, Falces, Funes, Marcilla, Milagro, Peralta e Villafranca -, no âmbito do projecto europeu LIFE+ Territorio Visón, informa um comunicado do governo. Segundo o governo de Navarra, estes refúgios podem albergar cerca de 6.000 morcegos de espécies diferentes. Se cada morcego comer cerca de mil insectos por noite, estima-se que os mamíferos voadores eliminem seis milhões de mosquitos todas as noites.

“Nas árvores dos dois rios escasseiam árvores de grande porte, que proporcionam refúgio a muitas espécies de morcegos nos seus buracos e fissuras. Por isso, estes abrigos vão dar refúgio e local de reprodução para os morcegos, até que a recuperação ambiental das margens dos rios produza árvores de tamanho suficiente”, acrescenta.

 

Foto: Governo de Navarra
Foto: Governo de Navarra

 

Além dos mais de 300 abrigos foi preparada uma antiga casa de apoio à criação de gado que estava abandonada para vir a ser ocupada por colónias de morcegos que não vivem em árvores.

O Departamento de Ambiente de Navarra considera que é “especialmente importante” fomentar a recuperação das populações de morcegos junto a rios e a zonas húmidas, onde há grande proliferação de insectos, especialmente de mosquitos. “Assim tentamos compensar a situação actual, com muito alimento para os morcegos mas com poucos refúgios onde se reproduzirem”, acrescenta.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.