Norte-americanos estão dispostos a pagar mais pela biodiversidade

A maioria dos norte-americanos está disposta a pagar mais impostos para conservar a biodiversidade no Golfo do México, revelou um inquérito nacional feito pelas universidades de Duke e Virginia.

 

O inquérito foi feito em mais de 1.500 agregados familiares para aferir da sua disponibilidade em ajudar a pagar a proposta expansão do Santuário Nacional Marinho Flower Garden Banks, no Golfo do México junto à fronteira entre o Texas e o Louisiana.

“A maioria dos agregados familiares está disposta a pagar mais por ano, mesmo sabendo que apenas será autorizada a pesca artesanal e que a exploração de petróleo e gás natural serão restringidas”, disse Stephanie F. Stefanski, da Universidade de Duke e coordenadora do inquérito.

O santuário marinho, a mais de 100 quilómetros da costa, protege recifes onde vivem centenas de espécies, desde tartarugas marinhas, a mantas, tubarões e espécies ameaçadas de corais. A NOAA (Administração Nacional norte-americana Oceânica e Atmosférica), que gere a área protegida, propôs a sua expansão em 2012, para passar dos actuais 145,5 quilómetros quadrados para 726 quilómetros quadrados.

Os mais jovens e aqueles que têm rendimentos anuais acima dos 18.000 euros são os que estão dispostos a pagar mais.

“O que me surpreendeu foi que a localização geográfica não teve qualquer influência”, comentou Stefanski. “Normalmente, as pessoas que vivem perto de um recurso tendem a estar mais dispostas a pagar para o proteger do que as pessoas que vivem longe. Mas isso não se verificou neste inquérito. A disponibilidade foi consistente de região para região, a nível nacional”, acrescentou.

A investigadora disse ainda que “as pessoas querem preservar aquele local porque dão valor à sua biodiversidade e não porque querem ir mergulhar ou pescar lá”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.