Nova imagem do planeta azul volta a encantar

A imagem foi captada a 6 de Julho de 2015, a cerca de 1,6 milhões de quilómetros de distância da Terra, por um satélite da NASA (Agência Espacial Norte-Americana) e foi revelada ontem ao mundo.

 

Esta é a primeira vez que o satélite Deep Space Climate Observatory, a 1,6 milhões de quilómetros de distância, tira uma imagem de toda a superfície da Terra iluminada pela luz do Sol.

A fotografia é, na verdade, uma combinação de três imagens diferentes captadas pela câmara Earth Polychromatic Imaging Camera (EPIC), com quatro megapixéis e um telescópio que segue a bordo do satélite. A imagem mostra a América do Norte e Central. As áreas a azul turquesa são os mares pouco profundos em redor das ilhas das Caraíbas.

 

Foto: NASA

 

“A elevada qualidade das imagens da EPIC excedeu todas as nossas expectativas a nível de resolução”, comentou Adam Szabo, cientista que trabalha no projecto do satélite, em comunicado. “As imagens mostram, claramente, a areia do deserto, rios e complexos padrões de nuvens. Vai haver uma imensa riqueza de dados para os cientistas explorarem”.

Para Charlie Bolden, administrador da NASA, esta imagem do planeta “demonstra os benefícios únicos e importantes de observar a Terra a partir do espaço”. “Enquanto antigo astronauta que teve o privilégio de ver a Terra a partir da sua órbita, quero que todos consigam ver e apreciem o nosso planeta como um sistema integrado.”

De momento, a equipa responsável pela EPIC está a trabalhar nas imagens captadas pelo satélite, mais concretamente para conseguir enfatizar as características do solo. Dentro em breve, a equipa vai conseguir disponibilizar novas imagens do planeta Terra todos os dias, 12 a 36 horas depois de terem sido captadas pela câmara, adianta a NASA. A partir de Setembro, essas imagens serão publicadas num site especificamente criado para o efeito. As imagens captadas pela EPIC serão utilizadas, por exemplo, para medir os níveis de ozono e de aerossóis na atmosfera terrestre e as características da vegetação.

O satélite – que resulta de uma parceria entre a NASA, a NOAA (Administração norte-americana para os Oceanos e Atmosfera) e a Força Aérea norte-americana – foi lançado em Fevereiro deste ano.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.