Foto: Adidas

Novos ténis reutilizam lixo retirado dos oceanos

A Adidas lançou um novo modelo de ténis que são fabricados com recurso a detritos de plástico recolhido nos oceanos, em parceria com a organização ambientalista Parley for the Oceans.

 

Na composição destes novos ténis baptizados de Ultraboost Uncaged Parley entram detritos de plástico recolhidos em operações de limpeza na zona das ilhas Maldivas, além de poliéster e de outros materiais reciclados. Uma grande parte do material, aliás, é proveniente de redes de pesca ilegal.

Num total de 7000 pares que foram agora produzidos, cada par reutiliza o equivalente a 11 garrafas de plástico, indicou a Adidas, num comunicado sobre esta acção conjunta com a Parley for the Oceans.

“Isto representa outro passo na caminhada da Adidas e da Parley for the Oceans”, afirmou o responsável para a área das marcas globais da Adidas, Eric Liedtke, que sublinhou que a multinacional de material desportivo não pretende parar por aqui.

O objectivo para o próximo ano é fabricar um milhão de pares de ténis reutilizando plástico dos oceanos, através da parceria com a Parley. Mas a mais longo prazo, a ambição é “eliminar o plástico virgem da cadeia de fornecimento” da marca, adiantou o mesmo responsável.

A meta para 2017 pode traduzir-se na reutilização de pelo menos 11 milhões de garrafas em plástico recolhido em áreas marinhas costeiras, reaproveitado como material para o fabrico de calçado desportivo, calcula também a Adidas.

“Todos os pedaços de plástico que já foram criados ainda estão por aí, e boa parte desses estão a flutuar nos oceanos. Uma pesquisa recente mostrou que, todos os dias, são lançadas nos mares qualquer coisa como cinco a 12 milhões de toneladas de plástico, e esse número só tende a aumentar se não fizermos nada para impedir”, sublinhou por seu turno uma porta-voz da Parley for The Oceans, Mary Grygiel, citada pela revista brasileira Galileu.

Os novos ténis, cujo modelo se inspira nas ondas do mar, já estão à venda em lojas e no site da marca.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.