Foto: Programa de Conservação Ex-situ do Lince Ibérico

Numa semana foram encontradas cinco crias de lince em Castela-La Mancha

No espaço de uma semana, os conservacionistas descobriram duas ninhadas de linces nascidos em liberdade, na área de reintrodução da Serra Morena Oriental, em Castela-La Mancha. Uma das ninhadas é da fêmea Kiki, nascida em Portugal, e foi dada a conhecer hoje.

 

A 1 de Junho soubemos que a fêmea Kiowa teve três crias nos campos da Serra Morena Oriental, uma das duas áreas de reintrodução na província de Castela-La Mancha (além de Montes de Toledo, onde são conhecidas quatro ninhadas este ano).

Hoje, a 7 de Junho, as autoridades responsáveis pelo projecto Iberlince, cuja missão é recuperar a distribuição histórica do lince-ibérico, revelaram ter encontrado uma segunda ninhada na Serra Morena Oriental.

 

Ninhada da fêmea Kiki. Foto: Iberlince
Ninhada da fêmea Kiki. Foto: Iberlince

 

Desta vez, a progenitora é Kiki, uma fêmea nascida em 2013 no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI), em Silves, e libertada em Julho de 2014. Segundo disse Rodrigo Serra, director do CNRLI, à Wilder no mês passado, até ao início de Maio, havia 11 linces-ibéricos nascidos em Silves que já se tinham reproduzido na natureza.

“A ninhada foi detectada durante a observação das imagens captadas pelas câmaras de foto-armadilhagem, nas quais se viu a fêmea seguida por duas crias”, explica o Iberlince em comunicado.

Na zona da Serra Morena Oriental existirão cinco linces-ibéricos, de acordo com o último censo à espécie relativo a 2015; três serão fêmeas territoriais estabelecidas. Ainda assim, os técnicos do Iberlince adiantam que apenas tinham “esperanças fundamentadas para que duas das fêmeas se reproduzissem este ano”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.