Oceanário de Lisboa conseguiu reproduzir esta espécie de raia

Chama-se uge-redonda e é uma raia que, em adulta, pode pesar 85 quilos. O Oceanário de Lisboa foi o primeiro aquário europeu a reproduzir esta espécie, conseguindo quatro pequenas uges, foi agora anunciado.

 

O casal de uge-redonda (Taeniura grabata) vive no Oceanário de Lisboa há 16 anos. A fêmea tem o dobro do tamanho do macho e é a maior raia do aquário central.

Pela primeira vez, a reprodução aconteceu em 2015. Nasceram quatro pequenas uges-redondas, um macho e três fêmeas. Os animais foram pesados e medidos – para recolher dados sobre o seu crescimento e desenvolvimento – e foi-lhes colocado um chip para poderem ser identificados. É que o padrão que os distingue enquanto juvenis acaba por desaparecer com o tempo e a sua coloração torna-se castanha escura e homogénea, explica o Oceanário.

 

Uge-redonda-juvenil. Foto: Oceanário de Lisboa
Uge-redonda-juvenil. Foto: Oceanário de Lisboa

 

Duas das fêmeas, ainda juvenis, foram enviadas para o Aquário de Génova, em Itália.

A uge-redonda vive nas águas temperadas e pouco profundas do Atlântico Este e no Mediterrâneo e alimenta-se de peixes e crustáceos no fundo do mar. Mas pouco mais se sabe sobre esta espécie de raia. A Lista Vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) não lhe atribuiu ainda um estatuto de conservação devido à falta de informação.

O Oceanário salienta o papel dos aquários, “através do aumento do conhecimento científico de espécies pouco estudadas no seu habitat natural”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.