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Foto: Pixabay

Pescador de Peniche é uma Testemunha dos Oceanos da WWF

Esta semana, a organização internacional WWF lançou a plataforma Ocean Witness – Testemunha dos Oceanos para amplificar as vozes das pessoas que dependem do mar. Um pescador português de Peniche é uma delas.

 

A plataforma foi lançada durante o 4º Congresso Internacional sobre Áreas Marinhas Protegidas que está a decorrer no Chile (IMPAC4).

Segundo explicou hoje a WWF em comunicado, esta iniciativa “pretende constituir uma comunidade global que reúna organizações e pessoas que dependem dos oceanos”.

A primeira curta-metragem apresentada no contexto da plataforma retrata a realidade de Emanuel Henriques, um pescador português da zona de Peniche, que mantêm a sua atividade piscatória na Reserva Natural das Berlengas. “Emanuel tornou-se a primeira Testemunha dos Oceanos – Ocean Witness – partilhando a sua história – as mudanças a que tem assistido nos oceanos, que impacto têm no seu dia-a-dia e o que tem feito para mudar as coisas para melhor, praticando uma pesca mais seletiva, optando por não pescar peixes juvenis e trazendo todo o lixo que encontra no mar para terra”, explica a organização.

“As coisas mais importantes para mim são a minha mulher e as minhas filhas, mas o oceano completa todo o resto”, diz Emanuel no filme.

Esta curta-metragem reforça o trabalho que a WWF tem desenvolvido com os pescadores locais na região de Peniche, promovendo a metodologia da co-gestão como uma solução para a sustentabilidade da pesca. A WWF vai lançar até final do ano o primeiro comité de co-gestão em Portugal, envolvendo pescadores como Emanuel e vários agentes locais e nacionais, “para que as decisões sobre determinada pescaria sejam partilhadas e compreendidas por todos”.

Esta co-gestão vai, até ao final deste ano, abranger a apanha do percebe na Reserva Natural das Berlengas.

 

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Veja aqui o vídeo com a história de Emanuel.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.