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Foto: Joana Bourgard

Portugueses ajudam a descobrir o maior anfíbio fóssil na Gronelândia

Uma equipa internacional de paleontólogos, entre eles dois investigadores portugueses, anunciou este mês a descoberta do maior anfíbio fóssil encontrado até agora na Gronelândia e que terá vivido há 208 milhões de anos.

 

A nova espécie, Cyclotosaurus naraserluki, foi descrita num artigo científico publicado a 12 de Maio na revista Journal of Vertebrate Paleontology. O italiano Marco Marzola, estudante de doutoramento na Faculdade de Ciência e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, é o principal autor do estudo, que contou ainda com a participação de Octávio Mateus, da mesma instituição.

Segundo um comunicado daquela universidade, a espécie de anfíbio tinha um crânio com 57 centímetros e um comprimento de 2,5 metros.

 

 

Estes anfíbios seriam predadores semi-aquáticos, que colonizaram zonas de água doce como rios e lagos mas que também podiam viver em meios marinhos.

Os fósseis foram encontrados no fiorde Fleming, na região Este da Gronelândia. “O Cyclotosaurus naraserluki é o maior anfíbio jamais registado na Gronelândia e um dos vertebrados do Triássico Superior” encontrado mais a Norte.

“A comparação com outros fósseis permite aos investigadores concluir que, ao contrário do que se pensava, a Gronelândia tem mais semelhanças em termos paleontológicos com a Europa do que com a América do Norte”, acrescenta a nota.

Segundo os autores do estudo, há uma estreita correlação entre os anfíbios do Triássico Superior da Gronelândia e os anfíbios de países europeus como Portugal, Polónia e Alemanha.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.