Primeiro mapa mundial de formigas lançado com 15.000 espécies

Visualizar a distribuição conhecida das espécies de formigas do planeta é o maior objectivo do projecto Antmaps, lançado nesta quinta-feira na Universidade de Hong Kong. Portugal Continental surge com 149 espécies nativas.

 

Já os Açores têm oito espécies nativas e a Madeira tem 14.

O Antmaps, um mapa interactivo, mostra a distribuição de 15.000 espécies e subespécies de formigas pelo planeta, tendo como fonte a base de dados Global Ant Biodiversity Informatics (GABI), com mais de 1,6 milhões de registos, explicam os responsáveis em comunicado. O mapa mundo das formigas é actualizado uma vez por semana, para incluir as espécie novas que se vão conhecendo.

Estima-se que existam no planeta mais de 1,1 milhões de espécies de insectos, o que representa a grande maioria das espécies da Terra. Ainda assim, entre 50% a 90% dos insectos estarão por descobrir.

Benoit Guénard, da Universidade de Hong Kong, e Evan Economo, do Instituto Okinawa para as Ciências e Tecnologia (OIST), passaram quatro anos a construir uma forma de visualizar os seus dados sobre a distribuição global das espécies. Uma vez que estudar todos os insectos seria uma tarefa gigantesca, focaram-se nas formigas, um dos grupos de insectos mais abundantes e importantes do ponto de vista ecológico.

Agora, com o Antsmap, qualquer pessoa pode ficar a conhecer a distribuição de milhares de espécies, a sua diversidade numa determinada região e comparar as semelhanças entre regiões diferentes. O estado australiano de Queensland é a região com mais espécies nativas, com 1.458.

“As formigas são muito importantes na maioria dos ecossistemas”, disse Guenard à agência France Press, citada pelo jornal The Guardian. “Elas fazem o ciclo dos nutrientes no solo e ajudam a dispersar as sementes”, acrescentou.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.