Foto: Helena Geraldes/Wilder

Proibido substituir outras árvores por eucalipto nas áreas queimadas

O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros um decreto-lei que trava a plantação de eucaliptos em áreas ardidas ocupadas antes por outras espécies de árvores.

 

Este decreto-lei determina o regime transitório a que ficam sujeitas, no território continental, as ações de arborização e rearborização com recurso a espécies florestais.

O objectivo é “promover a existência de uma adequada composição dos povoamentos florestais, evitando a rearborização com espécies do género Eucalyptus sp. em áreas ocupadas anteriormente por outras espécies”, segundo o comunicado do Conselho de Ministros de 16 de Novembro.

Segundo o Governo, esta medida ajuda a melhorar o “equilíbrio entre as diferentes espécies florestais” e “garantir as atividades das várias fileiras florestais, bem como a biodiversidade”.

“Com este diploma, poder-se-ão plantar eucaliptos nas áreas onde está plantada essa espécie, respeitando, naturalmente, as regras do ordenamento, mas não plantar onde havia outro tipo de espécies arbóreas”, explicou hoje à TSF a ministra da presidência, Maria Manuel Leitão Marques. ” Se não aprovassemos isto, nas áreas ardidas, independentemente da espécie que lá estava antes, seria possível plantar outra espécie, em especial os eucaliptos.”

No início deste mês, o ministro da Agricultura Capoulas Santos disse, em entrevista ao Diário de Notícias, recear uma “corrida à plantação de eucaliptal” até Fevereiro de 2018, altura em que entra em vigor o diploma que trava a expansão do eucalipto. Este receio já tinha sido antes referido pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.