Foto: Helena Geraldes/Wilder

Quatro detidos por caça ilegal e um arguido por armadilha para animais selvagens

Nos últimos dias, a GNR interveio em Estremoz e na região da Guarda por causa de crimes contra a natureza. Quatro pessoas foram detidas e uma foi constituída arguida.

 

Na noite de 8 de Janeiro, na passada sexta-feira, quatro indivíduos foram abordados na Mata da Gatuna, em Veiros (Estremoz), quando apanhavam aves com armas de ar comprimido e lanternas.

Os militares do Núcleo de Proteção Ambiental de Estremoz, com o apoio de militares do Posto Territorial de Estremoz, detiveram os quatro indivíduos – com idades entre os 25 e os 65 anos – por caça ilegal de espécies protegidas e apreenderam 205 aves mortas, cinco armas de ar comprimido, oito caixas de munições e onze lanternas. Todo o material ficou à guarda do processo e as aves foram entregues a uma instituição de solidariedade. Os suspeitos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.

Dias mais tarde, a 10 de Janeiro, militares do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) da Guarda descobriram e apreenderam uma armadilha, vulgo ferro, utilizada para capturar animais selvagens, em plena Zona de Caça Associativa de Codesseiro (no lugar do Soito Velho). Na armadilha, um método de caça ilícito, estava preso um canídeo que, segundo a GNR, sofreu ferimentos graves numa pata.

As autoridades acabaram por apurar que a armadilha terá sido colocada por um cidadão de 71 anos, pelo que foi constituído arguido e elaborado o respetivo Auto de Notícia, por crime relativo à caça.

Além destas duas situações, nesta segunda-feira, a GNR de Aljustrel recuperou um falcão-peregrino (Falco peregrinus) em Ferreira do Alentejo. A ave, que estava registada num centro de anilhagem da Alemanha, tinha ferimentos na asa direita e foi entregue no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em Beja.

Depois a ave foi encaminhada para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa em Monsanto para ser recuperada.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.