Tartaruga e ganso-patola devolvidos ao oceano

Uma tartaruga-comum (Caretta caretta) e um ganso-patola (Morus bassanus) foram devolvidos à natureza no mar ao largo de Aveiro na passada quarta-feira, depois de terem sido recuperados de lesões no CRAM – Centro de Reabilitação de Animais Marinhos.

 

A tartaruga-comum, a quem foi dado o nome Tejo, chegou às mãos daquele centro em Abril. Tinha sido encontrada presa em redes de pesca no Estuário do Tejo e foram os próprios pescadores que a entregaram à Polícia Marítima de Lisboa.

Já no CRAM, e depois de um exame detalhado, os técnicos detectaram que esta tartaruga tinha “um abcesso de grandes dimensões no pescoço”, uma lesão “consistente com perfuração por anzol”. Uma vez que esta lesão “comprometia a respiração e ingestão de alimento” foi realizada uma cirurgia que acabou por durar duas horas. Nesse mesmo dia, “o animal estava de volta ao seu tanque e a nadar ativamente”.

Depois de recuperar totalmente, foi-lhe colocado um transmissor de satélite e um microchip e foi devolvida à natureza a 2 de Agosto, a cerca de 7 milhas náuticas da costa, com a ajuda da Polícia Marítima de Aveiro e da Estação Salva-Vidas de Aveiro.

Além da tartaruga Tejo, também o ganso-patola, a quem foi dado o nome Zé Olavo, voltou ao mar. Esta ave marinha tinha sido recuperada pela Polícia Marítima da Figueira da Foz no final de Junho, com ferimentos provocados por anzóis numa das asas.

O ganso-patola deu entrada no CRAM a 30 de Junho e, depois de um período de recuperação, regressou ao oceano também a 2 de Agosto.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.