Tartaruga marinha presa em redes foi resgatada do rio Tejo

Uma tartaruga-comum (Caretta caretta) que ficou presa em redes de pesca no rio Tejo foi resgatada pela Polícia Marítima e já está a recuperar no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios, na Figueira da Foz.

 

A tartaruga – com 28 quilos, 59 centímetros de carapaça e entre 8 a 10 anos de idade – foi recolhida pela Polícia Marítima a 27 de Abril no rio Tejo, na zona da Póvoa de Santa Iria, segundo um comunicado da Autoridade Marítima Nacional (AMN).

O animal tinha sido capturado acidentalmente por uma embarcação de pesca profissional à corvina. O mestre da embarcação, “surpreendido pela estranha captura que lhe trouxeram as redes”, contactou de imediato a Autoridade Marítima Local que, por sua vez, entregou a tartaruga aos técnicos de Quiaios.

A tartaruga tinha um edema pulmonar e alguns ferimentos. Os peritos estimam que a sua recuperação demore entre dois a três meses.

Já há cerca de um ano, a 5 de Maio de 2016, uma outra tartaruga (Caretta careta) tinha sido encontrada por pescadores emalhada numa rede no rio Tejo, junto a Vila Franca de Xira. Os pescadores, preocupados, recolheram o animal e contactaram a Polícia Marítima de Lisboa. Este macho com 49 quilos e cerca de um metro de comprimento foi devolvido ao mar a 6 de Junho, ao largo de Peniche, depois de várias semanas de recuperação em Quiaios.

Não se sabe ao certo o que fazem as tartarugas marinhas das águas portuguesas nem quais as suas rotas migratórias. Estes animais não se reproduzem em Portugal, mas há colónias reprodutoras no Mediterrâneo, Cabo Verde, costa africana e costa das Américas. “Sabemos que as nossas águas são importantes para estes animais. Muito provavelmente fazem parte das suas rotas migratórias ou são zonas de alimentação”, disse então à Wilder Marisa Ferreira, coordenadora do Centro de Quiaios.

As tartarugas-comuns alimentam-se de cavalas, anchovas, lulas e medusas.

Esta é a terceira tartaruga que a Polícia Marítima de Lisboa entrega em Quiaios, todas da espécie Caretta caretta. As outras duas foram recolhidas no rio Tejo e na Costa da Caparica. Até à data, aquele centro recebeu, via Polícia Marítima, 12 tartarugas de quatro espécies.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Se algum dia encontrar uma tartaruga marinha na praia, contacte a Polícia Marítima local ou algum dos centros de recuperação de animais selvagens. Este é o número de alerta de arrojamento: 91.96.18.705 mas pode encontrar toda a informação sobre o que fazer aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.