Tartaruga sem barbatana recupera e é devolvida ao mar 

Provavelmente até já viu esta tartaruga comum (Caretta caretta) chamada “Lolita”. Em 2014 esteve no Oceanário de Lisboa, durante a sua recuperação, depois de ter sido apanhada em redes de pesca. Foi devolvida ao mar este mês e já percorreu mais de 130 quilómetros.

 

Em Setembro de 2013, esta tartaruga marinha foi entregue ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do L’Oceanográfic de Valência, depois de ter sido resgatada por pescadores. “Lolita” tinha sido capturada acidentalmente em redes de pesca, ao largo de Alicante, em Espanha. Pesava cerca de seis quilos e tinha a barbatana dianteira direita estrangulada por um cabo da rede. Os veterinários que trataram dela viram-se obrigados a amputar-lhe a barbatana para garantir a sua recuperação.

Alguns meses depois, a 11 de Fevereiro de 2014, chegou ao Oceanário de Lisboa, apta a ser introduzida no aquário da anterior exposição temporária “Tartarugas marinhas. A viagem”. Em Agosto regressou ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do L’Oceanográfic de Valência, já com 12 quilos de peso.

No dia 15 de Julho deste ano, a tartaruga foi reintroduzida no seu habitat natural, ao largo de Alicante, com um transmissor por satélite disponibilizado pelo Oceanário de Lisboa. O objectivo é acompanhar e monitorizar a sua viagem.

Até 25 de Julho, “Lolita” tinha percorrido 136 quilómetros a uma velocidade média de 4.6 quilómetros/hora. Nestes onze dias de viagem, alcançou a profundidade máxima de 1322,09 metros.

A tartaruga-comum (Caretta caretta) é uma espécie classificada Em Perigo de Extinção na Lista Vermelha da UICN (União Internacional de Conservação da Natureza).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.