Tartarugas e gansos-patolas foram recuperados e devolvidos ao mar

Duas tartarugas-comuns, que deram à costa feridas, e dois gansos-patolas, emaranhados em lixo e com ferimentos por anzóis, passaram por vários meses de recuperação e foram devolvidos ao mar, ao largo de Portimão, nesta segunda-feira.

 

Os animais foram recuperados no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (CRAM), na Figueira da Foz.

As duas tartarugas-comuns (Caretta caretta) chegaram ao centro trazidas pela Polícia Marítima. Tinham arrojado na praia com ferimentos nas barbatanas e carapaça. “Mas após um período de cerca de 200 dias, foi possível reverter todos os problemas que as afetavam”, explicam os responsáveis do CRAM.

Antes de serem devolvidas ao mar, foram colocados emissores de satélite nas tartarugas, para “avaliar o sucesso de reabilitação, os seus percursos e uso de espaço em águas nacionais e internacionais”. Isto faz parte da “Iniciativa para a Redução de Mortalidade de Tartarugas Marinhas”, um projecto com o apoio do Oceanário de Lisboa.

Um dos gansos-patola (Morus bassanus) chegou ao CRAM “bastante debilitado”, por causa do emaranhamento em lixo, mais concretamente um saco de batatas de plástico. Segundo o centro, a sua recuperação demorou 45 dias.

O outro ganso-patola apresentava lacerações profundas consistentes com danos provocados por anzóis. A sua recuperação demorou um pouco mais, 74 dias.

As devoluções à natureza ocorreram ao largo de Portimão, numa área relativamente afastada da costa, com a ajuda da Marinha Portuguesa.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Se algum dia encontrar animais arrojados na praia contacte a Polícia Marítima local ou algum dos centros de recuperação de animais selvagens. Este é o número de alerta de arrojamento: 91.96.18.705 mas pode encontrar toda a informação sobre o que fazer aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.