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Águia-imperial-ibérica. Foto: Juan Lacruz/Wiki Commons

Três homens detidos em Espanha por envenenamento de águias-imperiais

A Guardia Civil espanhola deteve três pessoas e colocou outras duas como suspeitas por envenenamento de três águias-imperiais-ibéricas e dois milhafres-reais, através da utilização de “compostos muito tóxicos”.

 

Tanto as águias-imperiais como os milhafres-reais são espécies classificadas como estando em perigo de extinção.

Uma nota da Guardia Civil espanhola, citada esta quarta-feira pela EFE Verde, adianta que as três detenções aconteceram depois da descoberta de um cadáver de uma águia- imperial-ibérica adulta numa quinta na Serra de São Pedro. Esta serra situa-se numa Zona Especial de Protecção de Aves, na região de Cáceres, Estremadura.

A acção foi realizada por agentes do Serviço de Protecção da Natureza (Seprona), da Guardia Civil, que durante a inspecção da zona encontraram ainda um ninho com duas crias da mesma espécie, também mortas.

Depois de vários exames no Centro de Recuperação de Fauna Silvestre de Sierra de Fuentes (Cáceres), concluiu-se que tinha sido utilizado “um potente composto tóxico” nos três exemplares de águia imperial. Os criminosos tinham colocado o veneno num pombo-comum, que serviu de engodo.

Para encontrar os responsáveis, os agentes recorreram a cães  da Guardia Civil especializados na detecção de venenos. Foi desta forma que chgaram a uma exploração de gado ali próxima, onde encontraram 80 materiais de caça proibidos, incluindo armadilhas, e ainda dois reservatórios cheios de um granulado que depois se confirmou ser o veneno.

Resultado: foram detidos o representante legal da exploração, mais um quarda e um empregado da quinta, suspeitos de serem responsáveis por um delito contra a protecção da flora e da fauna.

Na mesma data, agentes do Seprona também na região de Cáceres resolveram um caso de envenenamento de dois milhafres-reais que tinham aparecido mortos numa outra exploração pecuária.

Durante uma inspecção, os agentes encontraram instrumentos ilegais de caça e um recipiente cheio de um insecticida altamente tóxico, proibido em Espanha desde 2003, que terá sido utilizado para matar os dois milhafres.

“Os envenenamentos devem-se a interesses de índole económica, já que a criação de gado é a actividade principal das duas explorações onde foram mortas as aves”, considera a Guardia Civil, citada pela EFE.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.