Vida selvagem projectada na fachada da Basílica de São Pedro

Fotografias de tigres, baleias, pandas, rãs, aves e outros animais selvagens foram projectadas nesta terça-feira à tarde na fachada e cúpula da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para abrir o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e para chamar a atenção para o mundo natural nos últimos dias da COP21 sobre alterações climáticas em Paris.

 

O espectáculo “Fiat lux: Illuminating Our Common Home” (“Faça-se a luz: iluminando nossa Casa Comum”), numa única projecção das 19h00 às 22h00, mostrou imagens de alguns dos melhores fotógrafos do mundo, incluindo Sebastião Salgado, David Doubilet, Joel Sartore, Yann Arthus Bertrand e Paul Nicklen para contar a história da interdependência dos humanos e da vida na Terra. Segundo a Rádio Vaticano, estas imagens são inspiradas “na misericórdia, na humanidade, no mundo natural e nas alterações climáticas”.

O evento, “inspirado pela recente encíclica do Papa Francisco, Laudato Si, pretende mostrar a beleza da criação, especialmente por ocasião da 21ª Conferência das Partes da Convenção Quadro para as Alterações Climáticas (COP21), que começou em Paris a 30 de Novembro e vai terminar a 11 de Dezembro”.

Esta projecção de arte pública foi desenvolvida graças a uma parceria com a Vulcan Inc. de Paul G. Allen, a Fundação Li Ka Shing, a Okeanos e a Obscura Digital, sob os auspícios do Connect4Climate do Grupo Banco Mundial, como um presente de projecção arquitetónica em larga escala para o Papa Francisco e uma chamada de atenção para proteger nossa Casa Comum.

“A nossa esperança é a de que este trabalho belo e contemporâneo de arte pública inspire os cidadãos do mundo a unirem-se num momento de compaixão e a activar um movimento global para proteger a humanidade, a nossa casa comum e as preciosas espécies ameaçadas”, comentou Carole Tomko, vice-presidente da Vulcan Inc., em comunicado.

 

[divider type=”thin”]Veja aqui o espectáculo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.