Cardume. Foto: Nick Jack/Pixabay

WWF prolonga campanha para ajudar peixes marinhos

A campanha Fish Forward, que chegou a 2,8 milhões de pessoas em Portugal de 2015 a 2017, vai continuar pelo menos até 2020, anunciou ontem a WWF. O objectivo é promover o consumo responsável de peixe e marisco e proteger a biodiversidade dos oceanos.

 

Termina em Dezembro o Fish Forward – por um consumo responsável de peixe e marisco e um futuro para os oceanos. Desde Janeiro de 2015, esta campanha da WWF em 11 países da Europa – Áustria, Bulgária, Croácia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Roménia, Eslovénia e Espanha – atingiu mais de 50 milhões de cidadãos, 2,8 milhões dos quais em Portugal.

Na cerimónia de encerramento, que aconteceu ontem no Oceanário de Lisboa, a WWF em Portugal anunciou que o projecto terá uma segunda fase, de 2018 a 2020. Os objectivos serão que seis milhões de consumidores alterem o seu comportamento de compra de produtos do mar, “tendo em consideração as interdependências globais, as alterações climáticas, a ética da cadeia de fornecimento e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Os primeiros três anos do projecto ficaram marcados por várias acções de sensibilização – desde campanhas e instalações sobre o tema, workshops, showcookings com receitas de pescado sustentável e eventos em espaços de restauração – realizadas junto de consumidores, empresas e autoridades. Foi ainda lançado o Guia WWF de Consumo de pescado.

O projecto Fish Forward, cofinanciado pela União Europeia, sugere o que podemos fazer: comprar pescado certificado (mais concretamente por MSC – Marine Stewardship Council – ou ASC – Aquaculture Stewardship Council – ou marcas biológicas), não consumir peixe “bebé” – abaixo de um determinado tamanho e que não terá tido tempo para se reproduzir -, verificar as etiquetas – onde foi pescado, como e se é fresco ou congelado – e diversificar o consumo de peixes, procurando espécies diferentes.

A ideia por detrás deste trabalho é “garantir a conservação do oceano e da vida marinha, permitindo a recuperação das populações marinhas, atualmente sob pressão”.

Segundo a WWF, 93% dos stocks de peixe do Mediterrâneo estão sobre explorados. Em 2014, os países mediterrânicos da União Europeia importaram 85% do pescado que consumiram e a pesca ilegal poderá chegar, em breve, aos 26 milhões de toneladas.

“A sobrepesca tornou-se a segunda maior ameaça para os nossos oceanos, depois das alterações climáticas”, segundo a WWF. “Brevemente poderá não haver mais peixe para pescar, produzir ou comer.”

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.