Abutres em África estão mais próximos da extinção

Seis das 11 espécies de abutres em África correm agora um maior risco de extinção, de acordo com a última revisão das aves na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Espécies como o abutre-de-capuz (Necrosyrtes monachus), o grifo-africano (Gyps africanus) e o abutre-de-cabeça-branca (Trigonoceps occipitalis) passaram a estar Criticamente em Perigo.

O recurso a venenos sem qualquer controlo, como armadilhas com iscos envenenados que atraem estas aves, e a utilização de partes dos abutres para práticas de medicina tradicional são duas das principais ameaças apontadas a estas espécies.

Outro problema são os caçadores furtivos e os traficantes de marfim, que matam deliberadamente os abutres para que estes não chamem a atenção das autoridades para as carcaças de elefantes e de rinocerontes.

A BirdLife International, organização parceira da UICN que reviu o estatuto de conservação das espécies de aves para 2015, avisa que o papel dos abutres no continente africano é muito importante para a saúde das populações.

“Além de roubar os céus africanos de um dos mais icónicos e espectaculares grupos de aves, o rápido declínio dos abutres do continente tem consequências profundas para os povos: os abutres ajudar a parar a disseminação de doenças, ao limparem as carcaças de animais em decomposição”, sublinhou Julius Arinaitwe, director do programa da BirdLife International  África.

A nível mundial, o risco de extinção aumentou para mais 40 espécies de aves na Lista Vermelha da UICN, anunciou a organização.

Em contrapartida, outras 23 espécies de aves em todo o mundo melhoraram o seu estatuto de conservação.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.