Ambientalistas tentam travar produção de salmão geneticamente modificado

O governo do Canadá vai ser levado a tribunal por grupos ambientalistas, que tentam travar a produção de ovos de salmão geneticamente modificado.

A AquaBounty Technologies, uma firma norte-americana, recebeu permissão do governo canadiano para produzir ovos férteis de salmões geneticamente modificados no país, mais concretamente na Ilha Príncipe Eduardo, enviando-os depois para o Panamá. Depois de crescerem, a empresa espera poder exportar estes peixes para a América do Norte para consumo humano, noticia o Guardian.

Os salmões em causa podem crescer até atingirem o tamanho de um salmão selvagem, mas consomem menos 75% de recursos alimentares. A empresa responsável defende que estes peixes não representam qualquer ameaça para o ambiente e são criados livres de antibióticos e doenças, representando ainda uma forte redução da pegada de carbono.

No entanto, organizações ambientalistas do Canadá, como a associação Ecology Action Centre e a Living Oceans Society, numa acção que deu hoje entrada em tribunal, pedem à justiça para anular a aprovação e acusam o governo de violar as leis ambientais, no que respeita aos deveres de informação para com o público.

“Os canadianos esperam que a tomada de decisões pelo governo seja aberta e transparente, especialmente quando se trata de algo tão importante como produzir salmão geneticamente modificado, que pode representar um risco sério para os ‘stocks’ de salmão selvagem no Atlântico”, indicou Kaitlyn Mitchell, membro da Ecojustice – uma organização ambientalista formada por advogados.

Os ambientalistas dizem ainda que as medidas de protecção do salmão selvagem são insuficientes e que é impossível voltar atrás, se ocorrer uma contaminação. “Seria uma enorme experiência ao vivo e não conseguiríamos prever as consequências”, sublinhou Mark Butler, da Ecology Action Centre.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.