Aumenta a esperança para o primata mais raro do mundo

Uma equipa coordenada pela Sociedade Zoológica de Londres descobriu uma nova família de gibões-de-hainan (Nomascus hainanus), o primata mais raro do mundo, foi agora anunciado.

 

Até ao mês passado pensava-se que existiam apenas 25 gibões-de-hainan no planeta, divididos em três grupos numa ilha ao largo da China.

Agora, uma equipa de investigadores descobriu um quarto grupo, composto por um casal e uma cria, na Reserva Natural Nacional de Bawangling, na província de Hainan. Isto aumenta a população conhecida em quase 12%. Esta descoberta aumenta o potencial reprodutivo da espécie.

“Encontrar um novo grupo de gibões-de-hainan é um aumento fantástico para a população”, disse Jessica Bryant, investigadora da Sociedade Zoológica de Londres e coordenadora da expedição. “Esperávamos encontrar, pelo menos, um ou dois gibões solitários. Mas descobrir uma família com uma cria estava para lá dos nossos sonhos.”

Em Maio, uma equipa internacional de mais de 100 cientistas, decisores políticos e líderes locais publicou um plano com o que é preciso fazer para evitar a extinção da espécie.

Os 25 animais vivem em menos de 20 quilómetros quadrados de floresta na ilha de Hainan, na China. “Esta espécie enfrenta um elevado risco de extinção devido ao seu isolamento e à reduzida dimensão da população”, escreve a Sociedade Zoológica de Londres, entidade que lidera a iniciativa. Na década de 50 do século XX existiam mais de 2000 gibões-de-hainan. Mas desde então têm vindo a desaparecer por causa da caça e destruição das florestas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.